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Campanha do Agasalho 2009

Wednesday, April 18, 2018



Olho à minha volta e encontro tudo o que desejo.

Até uma simples mosca percorre o ar que respiro, que amo, que sou. Está viva, pressuponho. Será, por certo, um inseto “Kafkaniano” desprezível.
Uma calmaria de sonho, de pureza e de encanto.
Percorro vidas. Vidas sérias. Sinceras. Exemplares.
Foram e não foram, mas que se me atravessaram no meu caminho e que agora as relembro com um carinho grandioso e merecido.
Sou até capaz de saber os seus nomes todos que permanecem alojados em mim.
Por os respeitar imenso, sonho constantemente com eles e com elas. Sonho com essas inúmeras vidas que me ensinaram a magia de sonhar, de Ser, de viver, de Sentir. Principalmente de sentir! Agradam-me. São importantes para a vida que construí. Com o meu afeto todo. Com o meu carinho. Com a minha dedicação que lhes reconheço e adoro sentir por existirem.
Todos eles e elas respiram. Todos eles e elas abarcam o meu Ser. Pensam. Sentem. Amam!
Todos eles e todas elas!
O tempo não desconjuntou ou partiu a minha memória deles (as). Todos eles permanecem vivos lá.
Há muito que os deixei para trás.
Recordo-os agora. Deverão estar bem entregues. Alguém lhes segurou o sentimento. A alegria de pensar. A doce ternura como concebiam os momentos, os instantes, o tempo.
Olho de novo à minha volta. Com atenção aos pormenores: o silêncio duma janela entreaberta, as estantes carregadas do Saber, um fio lindo de luz, uma mesa terna sem nada, as cordas magníficas da doce melodia que sai da telefonia.
Inspiro e expiro.
Por que razão penso tanto?
Por que razão sinto imenso?
Por que motivo ajo sempre com o sentimento nas mãos?
Entregaram-me AMIGOS (AS). Sim! Pedi-os, não os adquiri. Esses amigos de sonho inacabado.
A vida de que me relembro por completo desde tenra infância, amo-a. Preenche-me e respeito-a.
Com fervor e com intensidade. Indo ao pormenor, de a ver, de a relembrar, de nunca a esquecer.
Calcorreio o caminho desses tempos e sonho! Apetece-me abraçar a magia deste meu sonho real, mendigar para que regresse porque é lindo. Comporta um discernimento muito belo e terno. E, quantas recordações permanecem em mim, me fizeram adorar a vida com garra e gratidão! Oh, meu Deus!
Não sei.
António Pena Gil
Obrigado.
Não sei se ficou escrita a página em branco do livro que ficou por escrever!