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Sunday, September 10, 2017


O Regresso da “Terra” do Meu Imprescindível Diário.

Estava eu num recanto do meu quarto “mastigando” o estudo e aplicação de palavras homónimas e homófonas quando direccionei o olhar para um bonito livro assente na mesa.



Era meu diário de sonhos que regressara da “terra” com saudades expressas.



Peguei-o nas minhas mãos trôpegas e trementes com cuidado e pu-lo na mesa pequena da secretária onde iria escrever nele algo da vida. Da minha vida. Da vida dele.

Radiante do mundo disse-me que tinha passado um sossego e paz imensos. Se é certo que não “trabalhara” nada. Mesmo nada. Tinha fatigado a ociosidade e escrito o laser. Quando me abriu a primeira página fui surpreendido com uma página branca. Totalmente alva de conteúdos expressos. Sem nada.

Apresentei-lhe variadas propostas de trabalho. Ficou-se pelo que eu estava a fazer. Inconsequente. Melancólico. Sujeito a pressões emocionais e contraditórias do que eu sou por todo o lado.

Tentei sobreviver mesmo assim. Tinha a cumplicidade do meu querido Diário. Sempre pronto a auxiliar-me e assumir uma conduta e um querer muito meu.

O meu adorado Diário fez, prontamente, o registo do que pensava.

Havia algo muito sofrido. Ausente. Pronto pelo que afectivamente viria a suceder e acontecer.

O Diário olhava. Fazia cálculos mentais. Sensibilizava pela minha defesa de formas convicta e total. Estava ali pronto a que começasse a dizer-lhe e a acontecer no estudo das palavras homónimas e homófonas.

Entendeu tudo por completo.

“Escudei-me” neste relato vivo. Presente. Em Paz com as palavras e com as pessoas.

Após a escrita dos meus sentimentos mais puros e transparentes, pedi -lhe que lesse o que tinha escrito.



Comovido pela minha atitude, ficou sem nada nos relatos sobre o que tinha expresso.

Não escrevera nada. Nada de todo.

“Abraçou-me” na minha compaixão com o mundo.



O Diário, numa atitude solidária e humanista pediu a Deus que me protegesse e eu intercedi por ele. Rezei também pelo meu Diário que me lê. Sem ele a minha existência perderia significado e conduziria ao conflito. Inevitável e vivo.

“Chorou” por mim. Disse-me que seria sempre o “livro” dos meus sonhos irrealizáveis e “condenados” a um vácuo. Vazio. Sem transparência nos gestos literários e na realidade e verdade de mim.

Despediu-se, com a minha autorização de solidariedade humanista e disse que gostava imenso de mim.



Faria tudo pelo que sou.

Acreditei nele. Senti-me bem.



Tinha nas mãos um tesouro em que podia confiar e ser amigo leal pela sua franqueza e a sua ternura plenas e expressas.

António Pena Gil



Sejam felizes, sim?

Gosto muito de vós.