Se eu fosse um Anjo, é óbvio que ampararia, protegeria.
Tentava alterar o Universo. O Universo complexo das Pessoas, é evidente.
Não me meteria com Deus. As Estrelas, os Planetas e os Cometas, são com Ele!
É tudo tão perfeito na sua imperfeição. Sei lá. Foi Ele!
Se O criou assim é porque O quis assim! Acredito no fervor Dele. Do que fez com boas intenções!
Por certo, eu faria o bem. Dedicaria o meu papel, a minha missão, às pessoas.
Creio que Ele não se importaria. Já tem tanto que fazer. Seria apenas um auxílio.
Talvez, gostasse do auxílio. Talvez, Sorri-se para mim. Agradecido, pela atitude, pela arrogante tentativa.
Eu, se fosse um anjo, colocar-me-ia, estrategicamente, na sombra das pessoas tentando compreendê-las. Viver as suas vidas. Encaminhá-las, porque o meu papel era esse.
Tentava concretizar os seus desejos, as suas dúvidas, os seus pensamentos.
Possuía algum poder. Era capaz de O consultar sempre. Nunca me esqueceria que Ele era O meu Patrão. Não me esqueceria! Não podia.
E, se eu fosse um anjo, mudaria tanta coisa!
Não me viraria para o céu para contemplar os seus mistérios de encanto.
Para contemplar uma Obra surpreendente, mas que não explica.
Olhamos e olhamos e, ficamos cada vez mais, com mais dúvidas. Enormes dúvidas. Coisas para corrigir. Coisas inaceitáveis. Coisas de podridão. Coisas de desencanto. Pessoas aflitas. Pessoas desencantadas. Pessoas sofredoras. Pessoas que morrem. Pessoas que não acreditam no encanto de existir.
Enfim, tanto a alterar. Tanto a modificar. Tanto a corrigir.
O Universo é imensamente belo! É deslumbrante! É magnífico!
Mas, confuso por ser assim, surpreendente. De arrebatar!
Não consigo explicar o que não pode explicar-se.
E, não consigo explicar, mesmo sendo um anjo.
É, como está! Assim? Assim!
Eu nunca poderia vir a ser um anjo!
Só complicaria a Obra Dele!
E, isso eu não quero!
Só serviria para emperrar a enorme Obra Dele!
De que serviria?
Nunca poderia ser um anjo…
Pena, Numa normal e pacata tarde de Domingo, Março de 2007