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Friday, March 09, 2007

Quem Sou Eu?


Quem sou Eu?
O Prémio Nobel da Literatura 2006, Orhan Pamuk, em “A Cidadela Branca” a dada altura, num personagem fruto da sua muito fértil criatividade, fala assim, interroga-se: “Quem sou Eu?”.
Não pude deixar de pensar nisto. Seriamente. De me interrogar também: E, eu quem sou? Tantas vezes me ocorreu. Tantas vezes senti-me, perdi-me, desesperei-me, a pensar nisto.
Podia continuar debruçado sobre o livro e passar à frente. Continuar a lê-lo imperturbavelmente e sem dar grande importância. Mas, algo aconteceu em mim. Algo mais forte.
E, eu quem sou?
Quando olho o espelho, lá estou eu! E, sem saber nada sobre mim. Sei lá, quem sou? Só sei que aquele que vejo e, que não se parece com mais ninguém, sou eu!
E, foste avisado que eras tu. – Sussurrou-me uma voz misteriosa, ao canto de um ouvido, que foi como um sopro de vida. Eu?
E, que faço comigo, eu que sou sei que estou aqui? Que aquele que está ali tão perto, sou eu.
Eu, metido na pele de mim! Eu que, por vezes, esqueço-me de quem sou ou o que faço aqui?
Se não houvesse espelhos, seria capaz de me reconhecer e reconhecer os outros? Estes saberiam quem eram e eu saberia quem sou?
Duvido. Sinceramente, duvido. Perdoem-me a franqueza, a seriedade do que digo e penso. Todos estaríamos perdidos. Ao acaso. Aos encontrões existenciais pela ignorância e falta de identificação.
Estaríamos à deriva. Sem emoções. Sem justificações de quem somos?
Espreito-me de novo. Cautelosamente. Com receio. Timidamente. Pelo canto do olho, porque eu tenho um olho. Dois. Lá está ele! E, ele dizem que sou eu! Ele irá aceitar ser eu? Não terá grandes alternativas na escolha que possa efectuar. Temo-nos aos dois. Já é um bom consolo!
Não posso fazer nada. Aquele que está ali, sou eu! Tenho que o transportar sempre comigo. Sim! Toda a vida. Posso estar certo disso. Sem ter medo de errar.
É a vida!
Enquanto me olho, enquanto olho o outro que sou eu, penso.
Penso no que sinto e, interrogo-me, se serei capaz de amar? Se serei capaz de compreender? Se serei capaz de me entregar? A quê? A quem?
Já que terá que ser assim. Também não será difícil.
Ele que sou eu e eu que sou ele, seremos bons. Podem acreditar! Não! Não haverá fugas!
Prometo!
E, o que prometo é para cumprir, rigorosamente.
Amarei o Mundo. Amarei as pessoas. Amarei a existência.

Não passo de infímo ser neste Universo imenso!

Sei uma coisa. Só uma coisa:

Amo os meus filhos e a minha doce esposa com um carinho que não consigo descrever, nem definir! Sei isso. Só! E, apenas!

Já é bom! Muito Bom!

By Poliedro, Dezembro 2005


( Dedicado a uma extremosa Mãe e uma adorável Filha)