Eu não a vejo! Não a sinto. Não! Sinceramente, não a consigo conceber, existir entre nós, existir no nosso seio.
A nossa impecabilidade nos gestos, nos sonhos, no amor, na dúvida, em tudo o que fazemos por deslumbrar a existência que nos pertence, e a existência dos outros, de certa forma aproxima-se da divindade, aproxima-se duma beleza extrema inexplicável.
Um Ser perfeito só Deus, porque O desconhecemos! Nunca O vimos! A Sua omnipotência nunca nos surgiu pela frente.
Eu nunca O vi! Por isso deve ser perfeito! Imensamente perfeito!
Não percebo nada de doutrinas. Talvez, os que abraçaram a Teologia possam explicar mistérios e crenças que eu não consigo entender.
È por isso que me interrogo. È por isso que duvido. É por isso que não concebo a perfeição. É por isso que duvido de tudo. Tudo me suscita dúvidas. Me faz divagar. Forçar o pensamento e as ideias sem nunca concluir nada de jeito ou que pareça conclusivo e claro.
Sabem o que penso?
Penso que não é perigoso pensar!
Perigoso é traduzir os pensamentos em que pensamos, em actos.
Actos bons e actos menos bons. Conhecedores e desconhecedores da vida.
Uma vida com sentido.
Porque tem que haver um sentido na vida? Ou, não?
Tornarmo-nos amigos da vida.
Penso que isso faz algum sentido!
Entregarmo-nos fervorosamente à vida! Dar voz à beleza dessa entrega.
Actuar com actos sinceros. Actos verdadeiros. Actos autênticos de bondade.
Isso, faz bem à vida que vivemos e fortalece a forma de pensar.
Fortalece os actos de vivermos uns com os outros, em plenitude!
E, é isso, que nos aproxima Dele.
Agora, a perfeição? A perfeição não existe!
Estou convicto!
Pena, “Texto desencantado não sei onde, pronto para deitar fora.” Outubro.2003.