Nunca senti a solidão, acreditem.
Sopra uma brisa suave em mim, leve, digna, de deleite, só de a ouvir.
A solidão! Sorrio-lhe, maravilhado. Sempre sorri, quando a escrevo e conto.
Não! Não entro em jogos sérios dos que a sofrem. Não posso deixar de sorrir porque sou assim. É só. Respiro, somente espanto. Às vezes, um calafrio trespassado por uma seta feita de amor e paixão por eles.
Não a entendo. Propagou-se. Entrou nas histórias dos meus sonhos como companheira. Delírio? Nem penso nisso. Penso nos sonhos. Nas inúmeras histórias que são minhas. Peço: Não as roubem. São minhas e da minha companheira solidão.
Obviamente, vivo, convivo comigo. Com o pensamento. Com o crepúsculo dos meus pensamentos solitários que escrevo só.
Nunca imaginava que, solitariamente, tivessem vida. Estivessem tão sós, mas vivos. Presentes na solidão.
A solidão, a minha solidão, abarca um Mundo. O meu Mundo.
É, por isso, que deleitadamente, sobrevivo com a companhia da solidão.
Prevalece em mim. Numa inseparável companhia..Num murmúrio. Numa mensagem envolvente de algum livro. Tenho muitos. Por isso, nunca poderia viver só.
Enterneço-me! Choro! Encanto-me! Respiro uma felicidade buscada e rebuscada em mim. Mas, sorrio. Sempre? Sempre!
A minha companheira solidão e eu, somos um.
Não a subestimo, não! Creiam que até aprecio. Areja-me o pensamento. As ideias. Faz coisas incríveis. Impensáveis! Decora-me, ilustra-me o olhar. E, olho!
Penso! Ninguém me fará mudar o pensamento. Entranhou-se nessa companhia e, não sai, tão facilmente como julgam.
É a minha solidão. Sozinha. Carinhosa. Amiga. Descansada. Imperceptível. Aventureira. Por vezes, incompreensível.
É minha. Trato-a bem e sorrio. Um sorriso distante, mas um sorriso terno.
Adoro-a! A minha companheira solidão!
Nunca a senti a fazer-me mal, acreditem!
Pena, 1 hora,10 minutos e dez segundos. Na Companhia da Bela Solidão.Abril.2007