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Monday, November 27, 2006

Um rosto inconfundível

Aquele inconfundível rosto


De novo observo aquele inconfundível rosto.
Um rosto infantil de silhueta desperta, que abraça a vida com um olhar meigo e sincero. Olhar bem definido, buscando e rebuscando a compreensão, a justificação para si e para os outros.
Sonhos infantis por concretizar num corpo franzino que pede amor.
Rosto que se escreve e se lê com um único som, com um único movimento, com um único gesto. Um rosto infantil em pensamento adulto.
Flor a desabrochar de pétalas alvas e puras, descobrindo o segredo de existir, mostrando a poesia e a magia encantada que vão em si. Dentro de si.
Porquê...? Porquê...? Porquê o Mundo...? Porquê a Vida...? Porquê o nascer...? Porquê o fim de tudo...? Perguntas por responder, sentimentos inexplicáveis que lhe vão dentro de si sem confundir o que é, o que sente, o que observa, o que vive. Sentindo, observando e vivendo, atentamente! Com dedicação. Com amor.
E, sorri! Sorri com delícia, com alegria, animando com o seu sorriso todas as suas interrogações. Talvez, nunca satisfeitas! E, sabe disso. E, sorri de novo para si e para o Mundo! Com deleite e conquista.
Escreve tudo no diário de si. No diário da vida. Da sua vida e da vida dos outros. Escreve com prazer. Escreve com jeito desencantado sabe-se lá onde. Escreve curiosa que é. Escreve com encanto e com uma presença arrebatadora, doce e lucidamente desperta. Demasiado desperta! Com uma presença viva e intensa que lhe pertencem. Bem visíveis! Aparentando genialidade que desconhece e não sabe definir. São parte de si, da leitura que fazem dela, do seu pensamento real adulto que devia ser infantil.
Fala-me em poesia... Como se a poesia pudesse defini-la? Ela que não se define! Ela que não mora em si. Não pertence a si. Não pertence a ninguém. Ela que não é de cá!
O olhar desvenda-lhe imensos segredos. Mexe. Agita-se na ânsia de ser alguém. E, ela merece. Merece porque pensa. Pensa em jardins, em poesia, em beleza. Mas, é tudo dela. Na beleza e pureza que habitam em si. Só por viver. E, perguntar o que não tem resposta.
Oxalá permaneça sempre assim. Como é! Com perguntas e dúvidas por descobrir.
Oxalá permaneça sempre assim, naquele rosto inconfundível de esperteza, de lucidez! De curiosidade infinita!
Jamais o esquecerei! Disso pode estar certo. Disso pode estar convicto, aquele rosto inconfundível!
Poliedro, Novembro de 2006