O espelho da vida reflectiu-me sempre as imagens deles.
O meigo Pedro e o adorável Tiago.
Sempre me vi neles. Sempre os escrevi assim. Sempre os sonhei assim.
Chorei como uma criança quando abriram os olhos para a vida, quando deram os primeiros sons para o exterior de si, como num sonho belo e interminável.
Qual poesia poderá expressar os meus sentimentos sobre eles?
Encontro-os sempre em mim, mesmo quando estão afastados. Mesmo distantes! Sinto-os. E, sinto-os, porque os adoro! Amo-os com um amor inexplicável, para além do mundo, para além da realidade visível.
Revejo-os em sombras alegres, adornadas de flores e plantados com o afago incansável de um jardineiro no canteiro de mim. No canteiro escondido do que sou!
O Pedro é terno. Inconformado com o justo e o injusto. Juiz da causa explicativa do que o seu olhar perspicaz observa.
O Tiago esconde em si a alegria e o encanto do seu amor em existir, por ser fiel aos seus dezassete anos.
Que dizer mais sobre os meus filhos?
Tudo vale, mas... Entrego-os à vida, desde que a vida os reconheça, como eu me reconheço neles! Vale a pena! São filhos dela também. Filhos da vida, filhos da minha vida que guardo cuidadosamente e carinhosamente em tudo o que preservo suspenso no meu desejo, do que desejo de bom, no meu e no pensamento deles e por eles.
Eu sou eles. Eles são eu.
Um bem-haja pelo que são e pelo que me fazem ser!
O meigo Pedro. O adorável Tiago.
Pena. Novembro 2006