Saturday, September 15, 2007
Uma lúcida forma misteriosa de Ser
Quando o meu pensamento acerta as horas é já tarde. Muito tarde no Tempo.
Os ponteiros do meu ancestral bater das horas no cérebro pararam. Pararam e estagnaram no mistério da existência. Sopra uma brisa suave pela janela do lugar onde estou.
É uma hora dez minutos e trinta segundos da vida. Deste dia.
O bater rítmico do meu coração atento e sóbrio sinto-o sentido em mim. Vivo na quietude dos instantes e na quietude de mim.
Acredito um dia perpetuar a noite. Noite conselheira e amiga. Ansiaria prolongá-la até não constituir novidade para as Pessoas. Amá-la-iam se a conhecessem.
As Personagens da noite ganham formas. Silhuetas perfeitas encantadas no vazio do inconformismo, na quietude, nos gestos, na vicissitude ocasional, adversa de prolongar o seu maravilhoso amor que lhe tenho.
À noite sinto amparo. Abraça-me num afago sincero e puro. Acredito vivamente que todos a sentem. Explode de sensibilidade, onde teimo entricheirar-me quando me perco, onde me reencontro comigo.
Os que amo dormem há muito. Felizes!
Como adoraria sonhar como eles? Sonham a felicidade, tenho a certeza.
A minha forma misteriosa de Ser confunde-me. Dá um grito de apelo constante.
Penso que me compreendem. Na totalidade! Por comportar sonhos. Sonhos magníficos.
Vivo com pressa. Pressa de Ser eu. E, eu, não consigo abservar-me porque vivo rapidamente.
A "correr"!
Vivo um nada feito de muito. Acreditem!
Tenho a minha consciência do que faço e porque faço.
O que faço, faço dando o meu terno amor. Entrego-me e entrego a vida.
Corpo de uma mente pensante. Que faz por pensar.
Vivo uma lúcida forma misteriosa de Ser!
Pena.Setembro.2007