Sempre sonhei abraçar e, entender o Mundo, através do mister que delineei e escolhi a muito custo, a muito pulso, com crianças doces e ternas e, o pensamento em pessoas, que de pessoas se tratam as crianças, numa entrega pessoal por completo.
Sem omitir ou prescindir de nada por entender e conquistar a magia encantada do seu Ser.
Mas, uma entrega, por inteiro! De corpo e Alma dedicadas. Com uma virtuosa atitude sóbria e sensata, com uma responsabilidade atenta ao mínimo pormenor e com um coração repleto, cheio de ternura.
Para decidir, reflecti profundamente com os olhos e o entendimento colocados nas suas pequenas cabeças, puras e belas.
Ali não há iniquidade ou rancor! Talvez, às vezes, uma pequena revolta que cedo passa, pela incompreensão dos Adultos.
Tenho dito: “ - Os adultos são os adultos! Não são para perceber”- digo, tentando minorar o meu mal e o mal dos adultos.
No entanto, as marcas perduram, mas conseguem superá-las. Com uma certa angústia e desencanto. Mas, superam!
O Mundo desaba, proclama sofrimento, mas a sua esplendosa singeleza, o seu feérico sentir, esse fica.
Os adultos exigem que passe!Como poderá passar tão rapidamente?
Querem pendurar-lhes um sorriso. Para mim é tarefa fácil porque sou cúmplice de todas as suas atitudes para bem ou para mal.
Tristes, momentaneamente tristes, mas conformados. Conformados com as marcas que não se apagam facilmente nuns, mais facilmente noutros
As crianças são diferentes no sentimento.
Outras nasceram em berço de ouro.
As pessoas sabem que as não esquecerão.
No entanto, o imperativo é: - São crianças. Isto passa-lhes!
Como adoraria que vestissem a pele delas! Vestissem a sua vida. Vestissem a felicidade e a alegria por poderem brincarem. Vestissem a sua satisfação em poderem sorrir. Vestissem o deslumbre de serem o que são! Vestissem a melhor farda rota do amor que têm dentro delas.
Elas caiem em si.
Desanimadas por não compreenderem o Mundo. Por lhes tirarem o seu mundo. Um mundo precioso, sincero, aberto, infantil!
Apetece-lhes verterem lágrimas de desânimo, mas não podem.
Parecem pensar para dentro delas, só para dentro delas. Pensarem em surdina, em desabafo. Numa confidência a elas mesmas.
Apetece-me segredar-lhes com toda a minha convicção interior:
- Sóis belas, crianças do Mundo! Contai comigo! Eu não vos atropelarei! Jamais!
- Contai comigo! Peço-vos esse favor!
- Farei tudo para que a "Pedagogia do Amor" entre nos vossos corações simples, mas grandes! Do tamanho do Mundo!
- Foi este o meu propósito de sempre e cumprirei até onde as forças me levarem!
- Podem crer! Só crer, basta!
Chega! A Educação não retalha. Prepara para a vida e compreende.
Acima de tudo, COMPREENDE! E compreender basta!
Educar torna-se simples.
Compreendo, porque antes de ser Professor sou Pai.
Um Pai muito atento e lúcido. Decidi que as compreenderei!