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Sunday, September 02, 2007

Um Relance Vivo e Presente sobre Roma e Florença dignos de ver e sentir! Diário (1. de 2.) de um turista ocasional!


Fazia um calor insuportável quando desembarcamos no aeroporto de Roma.
Quando o tapete começou a deslizar aos nossos olhos cansados, pensamos: Excelente: nenhuma bagagem havia desaparecido. Por certo, um milagre puro e belo de Alguém com dotes e poderes Superiores, que transcendem todas as previsões possíveis ou imaginadas.
Haviam-nos confidenciado que de cinco viagens a Roma só por uma vez havia resgatado a sua bagagem. Das outras quatro não apareceram. Imaginem o drama.
Ansiávamos todos por sossego e muita calma, pois, o nosso alvorecer fora muito cedo.

Ninguém conhecia ninguém.


Os nossos olhares estudavam-se, entrechocavam-se, tentando conquistar alguma afinidade de intenções. Esboçavam-se sorrisos tímidos, encobertos pelo desconhecimento da nossa verdadeira identidade, quanto ao quem éramos e o que faziamos ali.


O nosso guia Rui ia encurtando as distâncias, com um sorriso que se explicava justificadamente de muitos anos nestas andanças.
O silêncio foi quebrado e, disciplinadamente disse:
-Vamos almoçar a uma Estação de Serviço na auto-estrada. Vamos ter de comer "pasta", alimento típico de toda a Itália, obrigatório a todas as refeições e, se comermos sentados, pagaremos o "coperto", pois, eles cobram um pouco mais por isso. Vai sair um pouco cara esta primeira refeição de boas-vindas a Itália e ao seu imenso "colo" protector.

Entramos na estação de serviço da auto-estrada fatigados da viagem de avião, da ausência indesejada de um sono perdido, pois, a partida, que começou no Porto e o check in, foram muito cedo e o sono ficara incompleto.

Ligação do voo do Porto para Lisboa, onde rapidamente trocamos de aparelho, seguindo de imediato com destino a Roma.
Nem um cigarro fumado, apesar do seu amparo maléfico, mas existente.
Foram um total de cerca de quatro horas de voo.
A descida para Roma foi tentada por duas vezes, mas felizmente com sucesso.
O meu querido filho fez o Baptismo de voo e conduzido ao cockpitt do avião.

Almoçamos na estação de serviço da auto-estrada , tivemos de pagar o tal "coperto" tal era o cansaço que nos habitava.

Quando o autocarro, que nos iria acompanhar sempre, chegou a Roma, sentimos que o Mundo inteiro se havia iniciado dali, dadas as lindas imagens que , de boca aberta, apreciávamos, sem ter tempo para ponderar ou discernir, o seu valor grandioso de patrimonónio indefinível de maravilha que surgia com magia bela ao nosso olhar deslumbrado e incrédulo.

Uma imensa riqueza arquitectónica por todos os lugares, por todos os cantos, por onde passávamos e, principalmente, por constituírem um "poço" ancestral vivo, no coração dos seus habitantes, que o sustentavam com um inequívoco orgulho e muita alegria.

A Basílica de S. Pedro
surgiu-nos à frente dos nossos sentidos apurados e, logo, o imensamente presente, estimado e afeiçoado guia Rui, fez-se ouvir:

A Basílica de São Pedro é uma sumptuosa construção do séc.XVI em que sobressaí a cúpula de Miguel Ângelo.
Passados poucos instantes fomos confrontados com uma Praça digna de registo: A Praça de Navona!
A deslumbrante Piazza Navona. O Rui continuou:

-Esta Piazza é ladeada por cafés, tem três fontes barrocas, incluindo a Fontana dei Quatro Fiumi, uma das famosas obras de Bernini.

O nosso olhar estava maravilhado de tanto deslumbre. Esquecíamos até o imenso calor que caia sobre Roma. Começamos timidamente a brincar e a comentar o que víamos com os nossos amigos de circunstância que respeitávamos e considerávamos.

O clima era árduo. Parecia estarmos sob uma temperatura muito superior a 30 graus centígrados.
O nosso prezado guia referiu que toda a água desta cidade era potável, incluindo as fontes naturais surgidas na cidade, onde poderiamos saciar a sede.

Foi o que fizemos. Refrescamo-nos e bebemos imensa água das fontes puras intermináveis.

Continuamos a visita sobre Roma. Escutávamos o som das máquinas de fotografar disparar de um e do outro lado do autocarro. Aponta a direita. Olha a esquerda. Nunca vi tal, na minha vida.

Tudo era demasiado belo e sentíamo-nos retornar extasiados a tempos muito antigos.
Parecia ser ali o início do Mundo!
Atravessávamos as ruas estupefactos, mesmo encantados de sonho e espanto que esquecia a temperatura elevada que fazia escorrer suor pelas nossas faces abaixo.

De súbito, olhando pela janela do autocarro, ei-la! Deparamos com: A Igreja de Santa Maria in Trastevere. Penso que local sagrado escolhido para acção do escritor Dan Brown nos seus livros famosos.


O incansável Rui tomou a palavra, conhecedor de tudo aquilo, como da composição das veias e artérias das suas próprias mãos:

- Esta bela Igreja reclama o estatuto de 1ª Igreja Cristã em Roma. Foi adornada com requintados mosaicos com a foto de todos os Papas. (Até o Papa português deles constava!) Ao lado podia ver-se um pormenor da Vida da Virgem (1291).om r
Depois de concluída a visita à Igreja e, dos seus inúmeros mistérios, prosseguimos. O cansaço era superado pela visão da bela cidade.

Mesmo à nossa frente, encontrava-se o famosíssimo: PANTEÃO!


O diligente guia, limpado o suor que brotava pelo rosto, esclareceu:

O Panteão foi construído entre 118-125 D.C. É uma obra-prima da engenharia romana em que sobressaí a enorme cúpula, escondida pelo Pórtico Clássico.

E
stávamos emersos em encanto. Parecia-nos que o Mundo e a Vida começara ali, em tudo de maravilhoso que víamos.

Tudo acontecia num ápice, ao virar da esquina seguinte.
Ei-lo, à nossa frente: o Deslumbrante Coliseu de Roma!
O brilhante e dedicado Rui esclareceu:
- O Coliseu foi construído em 80 D.C., por um Imperador romano que organizava combates mortais entre gladiadores e animais selvagens para gaúdio da plebe.

Contemplamos demoradamente a sua beleza de fascínio. Aproveitamos para adquirir postais e enviá-los aos familiares.

Em breve, regressamos quase sufocados pelo Astro-rei ao Hotel, para retemperar forças e descansar um pouco merecidamente.
No dia seguinte visitaríamos a cidade de Florença. A Bela Florença!
Bem cedo partiriamos ao seu encontro. Não havia tempo para grandes descansos.

O Meu filho mais novo sorria. A minha Bela esposa cumpria o seu papel de meu eterno Anjo-da-Guarda. Eu devorava com os olhos os pontos visitados com muito interesse e empenho.


Á noite ainda fomos contemplados com um espectáculo no coração de Roma.

Um espectáculo ao vivo, semelhante à Revista Portuguesa, que nos preencheu e conquistou.
La Doce Vita de Roma vivida com intensidade.

No final fomos todos contar anedotas junto do Panteão.
Foi aqui que começamos a fazer amizades. Brincávamos como crianças sobre o povo de Roma. Do "coperto" e da falta de comodidade em comer em pé, sem se sentarem.
O brioso Guia Rui deu por terminada a apoteose dos momentos e surpresas naquele dia estafante para todos.
Chegados ao Hotel, de novo, o silêncio falou mais alto.
Era a altura de dormir um bom sono.
Um facto se tornou evidente em todos nós: O bom Rui não nos daria tréguas, sem conhecermos tudo.
E, disse:
- Ainda ontem deixei uns "desgraçados", estafados pela fadiga no aeroporto.. Arrazados. A tombar para o lado. Pareciam moribundos, coitados.
Jamais um turista pode parar. Só andando, caminhando muito, será um bom turista!
Tememos pelo nosso saudável futuro, mas sorrimos simpaticamente para ele de agradecimento e reconhecimento.
Florença
Levantamo-nos muito cedo. Ainda o raiar da manhã estava por surgir.
Meios a dormir, cambaleando, tomamos um lauto pequeno-almoço que nos daria força e ânimo para prosseguir.
(Continua amanhã)
Pena.Agosto.2007