Monday, September 24, 2007
A minha Interioridade e os Jovens!
A minha Interioridade e os Jovens!
Sempre fui complexo na minha simplicidade. Observo-me com atenção.
Nunca abdiquei de certas prioridades do meu eu sensível. Prescutador. Observador atento e que vive em mim.
Os jovens! Esses são como eu. Habitam seres, pessoas, habitam na rebeldia do seu intenso sentir, amar, existir.
Entregam-se à existência com fulgor. Entregam-se com ansiedade. Com desejos.
Aspiram pouco e muito da vida, mas com seu intenso deslumbre da descoberta do seu poderoso querer algo, que sabem poderem obter. Que sabem poder abraçar. Amar!
Ouso dizer e ouso afirmar que a minha identidade se descortina semelhante, quase idêntica à deles.
Sinto que a sua forma de ser é parecida com a minha.
Instalou-se em mim, na compreensão com que os sinto e na forma como eles me compreendem e sentem.
Sussurram-me e segredam-me confidências que pareço entender. E, eu faço por compreender. Faço por descortinar estratégias de os auxiliar no que posso, mas com determinação, sentimento e emoção no meu querer. Até me sinto bem. Muito bem. Auxiliar jovens é simples porque eles são simples e presenteam-nos sempre com a sua amabilidade, simpatia e alegria.
Sinto-me abarcar várias cumplicidades com eles. Afinal, não têm iniquidade. São puros de Alma.
Os seus actos, atitudes, formas de conduzir a vida misturam-se na ternura, na insegurança, mas com verdade, autenticidade e de forma decidida e util para si..
Tal e qual como eu! Tal e qual como anseio ser!
Será por isso que enveredei por ser Professor e Educador de jovens. Talvez, porque me corre no sangue arterial e no sangue venoso a sensação de que lhes corre no coração o mesmo sangue.
Sim! Pareço-me, assemelho-me tanto a eles e à sua difícil busca da sua interioridade e da sua identidade.
Dispenso o "Freud" para os explicar. Só traria complicações. Dispenso-o em mim também.
Não traria nada de novo, acredito. Nem para eles. Nem para mim. Para muitos o "Complexo de Édipo" passou há uma eternidade. Não gostaram dele. Detestaram-no! Detestaram a sua presença em si.
Os jovens têm uma interioridade e eu tenho uma simples interioridade por ser uma complexa interioridade.
A minha ternura, a minha sensibilidade, a minha autenticidade vive em mim com fulgor.
O fulgor deles parecido com o fulgor de mim. Essas encontram-se, descobrem-se e estão lado a lado. Respeitando as diferenças e os papéis que assumimos perante uma existência que se diz incompreensível e, eu entendo tão bem, tão bem que verto lágrimas incrédulas de tanto os perceber.
A minha interioridade e as dos jovens assemelham-se muito. Mesmo muito!
Acreditem ou não.
Sou um Educador e tenho por dever e obrigação entendê-los.
Assim, tal e qual!
Respeito-os tanto! Porque ouso afirmar que os compreendo!
Pena.24 de Setembro de 2007. Diário de um Educador/Professor.