Nunca me olhei com ambições, próprias do ser humano comum, mas com ideais e valores a ele inerentes que defendo convicta e empenhadamente.
Nunca fui do género de existir para agradar. Não! Não agrado a toda a gente, só para agradar e ficar feliz comigo próprio e com eles.
O carácter e a tranquilidade do meu interior é só comigo e guardo-o como um tesouro e uma relíquia muito valiosa desde pequeno.
Sou sensível ao que me rodeia, apesar de não pertencer a ninguém em particular.
A Beleza e a Felicidade não as compro, vivo-as à minha maneira, sem intromissões de quem quer que seja.
Definem-me como uma pessoa peculiar, que penso ser errado e incorrecto aos seus olhos, apesar de me preocupar à minha maneira, com o bem-estar e a felicidade dos outros com sinceridade absoluta, verdadeira.
Sou normal como a vulgaridade das pessoas!
Enfim, sou pouco sociável, mas solidário e, tentando compreender a forma natural das pessoas, das coisas e do Mundo!
Sei que só se vive de uma vez só, mas essa vida, será como a vejo, como a sinto, como a penso e como me emociona.
Não a desperdiço, podem crer!
Tudo ganha vida à minha volta quando descortino e percepciono atentamente o silêncio e a sua magia. A sala! Os móveis! A luz! As paredes! Os minúsculos insectos!
Entranham-se em mim e fazem-me sobreviver, na pacatez dos meus intensos sonhos que se instalam, sem avisarem ou pedirem licença!
Quando escrevo ou reflicto, as palavras bailam-me com emoção, pela forma exacta e excessivamente séria como saem do meu pensamento.
Os textos e as ideias acontecem naturalmente, expressando o que vejo e revejo, incessante e nitidamente.
Assolam-me, como é natural, momentos felizes e belos, porque os tenho escondido numa caixinha bem secreta, guardada dentro de mim!
Bem guardados, porque vertem lágrimas sentidas de felicidade e encanto quando surgem.
Esvaem-se num êxtase único de segredo pela sensação agradável de me pertencerem e darem sentido à minha pouco preenchida vida.
São sonhos acordados, vigilantes, protectores!
São lágrimas expressivas, plenas, intransmissíveis!
A vida é um ciclo perfeito de emoções.
Há o nascimento. Há a vida e, depois, o seu término.
Nesse percurso há de tudo e, a tudo temos de nos agarrar, com garra e coragem, quase de um poderoso leão.
É assim! Tem que ser assim!
Talvez, exista Ele a proteger-nos, a vigiar-nos, ao nosso lado pronto a intervir.
Será que Lhe podemos entregar a vida?
Para muitos, a verdade é essa, inequívoca, sentida, única!
Sinceramente, eu não sei!
Como poderia eu saber?
Existo somente! Tento viver unicamente!
Com momentos belos e felizes, que tenho e acredito.
Plenamente! Mas, acreditem.
São meus! Só meus!
Pena, Setembro de 2003