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Os meus Afectos
Hoje acordei de um sonho prolongado que parecia não ter fim.
Dormi, sonhando.
E, sonhei embalado por uma doce melodia muito bela.
O sonho, decididamente instalou-se. Desaguando no rio puro que construí!
Ao olhar tudo retratei uma existência.
A minha existência!
Será que me desconheço? Acredito e acreditarei sempre nos meus afectos. Dizem-me muito.
Quem me dera não acordar mais. Prolongar infinitamente o meu desacordar.
Vivo! Sinto! Penso! Amo!
A questão é saber orientar, o que está complementa desorientado. Tudo deveria estar no seu devido lugar. Como é o meu inconfundível desejo. Como posso ser assim?
Talvez, pelo amor que embalei constantemente em mim, com carinho e lucidez.
Possuo uma imensidão de afectos rodearem-me e não consigo discernir a complexidade dos meus afectos.
Os meus afectos são muito exigentes. É, por isso, que tenho a sensação do descontrole absoluto!
Que hei-de fazer, no meio de um Mundo que construí, passo a passo. Gesto a gesto. Ternura a ternura. Com imenso amor para amar.
Acredito, no sentir dos meus afectos. Nos intermináveis sonhos desabrotados com a meiguice e encanto deles. Sim! Acredito, plenamente!
Mesmo ao acordar vejo e revejo-os.
A melodia que me sopra, que sopra para mim são para eles.
Oh, pudessem os afectos falar...falar...falar. Diriam tanta coisa sem fim.
Sei o que me confunde. Mas, sou composto de afectos. Agitam-se! Persistem na poesia de mim.
"Embriagam-me" porque os sinto agitados. Distantes. Sem amparo. À deriva da agitação de mim.
Ah, pudesse eu compreendê-los, porque existem. Rodeiam-me. Fazem parte integrante do que sou.
Fazem parte do meu restrito Mundo. Inconfundíveis por serem meus.
E, a melodia de um som cantado na maravilha deles, consolida-os sem os entender.
Pudesse eu discernir melhor a sua eterna sonata e seria feliz! Eternamente Feliz!
Absorvo tudo o que me dão, o que me querem dar e fazer.
Amo, os meus afectos na meiguice de ser.
Amo-os!
Incontestavelmente! Por respeito e por persistirem em mim.
Falam-me e, a sua fala, encanta-me, delicia-me.
E, eu sinto por eles, pelos afectos, uma residência eterna.
Por que me amam!
E, eu amo-os!
Amarei sempre!
Não conseguiria habitar um Mundo sem a sua companhia ao meu lado.
Decididamente!
Eu sou os afectos e os afectos são eu!
Poliedro.Maio.2007.