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Friday, July 13, 2007

Um Sorriso ténue pareceu-me entreabrir-se...! (1)


Um Sorriso ténue pareceu-me entreabrir-se...! (1)
Pareceu-me sorrir, tenuamente, ao Mundo aquele sorriso.
O telefone tocou. Apressei-me e escutei uma voz doce. Muito terna.
Uma voz amiga.
Quanta gentileza, preocupação e dedicação. Abalou-me. Abalou-me profundamente de fascínio.
Ainda é de manhã. Cerca das 8h30 minutos. Todos se concentram ainda no repouso e no sono.
O meu olhar chocou com a estante. À frente de mim, pelo volume avantajado, fixei a "República" de Platão. Uma sociedade perfeita construída para homens perfeitos. Pura utopia.
Desci o pensamento até ao que fiz até agora. Parecem uma vastidão. Imensas coisas. Muitas.
Todas inconsequentes ou quase todas.
Só me revejo a mim. E, os outros?
Com o toque sonoro do telefone, o meu sentir provocou uma sensação que jamais poderei omitir de mim ou ignorar.
Não posso ser assim. Uma avalanche de atitudes preencheu o espaço antes destinado ao meu eu.
A luz do candeeiro, que devia ser uma luz de ideias, nunca me informou de nada que deveria por dedicação contar. Esclarecer. Auxiliar. Nunca me suscitou, senão a visão do que faço por mim. Do que penso de mim.
Mais a baixo da estante nasceram mais ideias que vêm decidir e ajudar um nada feito de tudo.
Ficou-me preso ao pensamento a melodia do toque belo do telefone. Esse sinto preencher alguma coisa e perceber do que falo. Será meu, eternamente.
Aproxima-se a hora de ter de sair apressado. Sempre apressado.
Logo, viverei comigo, com o que sei e, com o que não sei, ansiosamente todos os instantes. As horas. Os minutos. Os segundos.
Até lá, só digo, o telefone não pode parar de tocar. Tem vozes doces. Muito doces!
Um sorriso ténue pareceu-me entreabrir-se a sorrir...!
Pena."Feito apressadamente. Sempre apressadamente".Julho.2007