Sunday, April 13, 2008
O Dia-a-Dia De Um Ser Indefinido E Ausente...!
Olhou a casa silenciosa. Olhou as suas paredes alvas que o amparavam.
Contemplou o seu hábito costumeiro que o fazia abandonar a cama mal o Sol raiava no horizonte. Os hábitos dos seus sonhos inacabados. Incompletos.
Deu uma vista de olhos ao relógio que marcava a sua atitude madrugadora.
N. vestiu-se em uníssono com a vida. Apressadamente.
As escadas que o conduziam à cozinha murmuravam imperceptíveis vidas entre si.
Pegou numa laranja e digeriu-a calmamente.
N. a seguir preparou um café forte a que se entregou deliciosamente e aprazivelmente.
Decididamente, gostava do seu café.
Abria-lhe horizontes claros na mente e na sua Alma insaciáveis.
Olhou novamente tudo em volta, imerso na pacatez e na calmaria que adorava. Faziam parte do seu bem-estar.
Lutou com uma mosca incomodativa. Sentia nela o incómodo sentimento do Mundo.
Pensou. Sentiu. Prescutou. Segredou o seu silêncio pessoal a si próprio.
Viu, através do seu olhar doce, a claridade de si em que mergulhava todos os dias num ritual esteriotipado. Sincero. Ausente. Distante.
O dia despontava sem autorização de ninguém.
Fez a introspecção de si, como a fazia sempre.
Fazia-o em confidências ao espelho que o entendia.
Abençoou e cumprimentou a existência. A vida.
Saudava todos os dias o alvorecer. Era simpático, o alvorecer.
Sentia um compromisso com ele na sua retribuição amável do cumprimento.
O Alvorecer não bulhou com o anoitecer. Era o seu momento!
A mesa, ainda vazia dos que amava, começava a ter o sentido de si.
N. morava em si.
Sentia-se de bem com o Mundo inteiro que idolatrava pessoas, seres, gente.
Agarrou o Mundo com a garra forte e poderosa do pensamento. Conversou com ele.
Senti a sua fluidez perfeita. Demasiado perfeita.
Quando pressentiu os que amava despertar fechou o livro.
Entregou-se-lhes por inteiro no amor. Na dedicação sincera e séria.
Despertou por completo e fê-lo sentir-se real. Vivo.
Agradeceu-lhes e saiu.
Já não era indefinido e ausente.
Tinha pela frente o explodir de novos seres. Novas pessoas.
Seres e pessoas reais que o esperavam.
Não as fez esperar.
Principiava mais um dia que agora despontava.
OBRIGADO, meu Deus.
O mundo lindo da multidão pulsava com intensidade lá fora.
Como o entendia. Demasiado bem e por bem.
Entendia-o na perfeição!
O Dia fê-lo sentir-se bem real.
Pena.Abril. Dia 14.2008. "A Beleza do Despertar".9h25m e 30s