Sinto-me profundamente atrapalhado. Penso nas coisas mais incríveis e impossíveis de concretizar. Mergulho de cabeça, a pino, como em água cristalina, na cabeça de mim. Será que a possuo? Real. Minha. Propriedade só do que sou.
Onde fui parar?
Sabem, por vezes, sinto-me irreal. Abarcando tudo e todos, menos o meu eu subconsciente, esquecido. Escondido. Remetido ao que provavelmente sou.
Só sei que eu sou e já aparentava que não sabia.
Podem recuar as ondas alagadas do eterno pensar, numa brisa tumultuosa surgida do nada que as confunde e baralha, mas o azul do Firmamento que circunda o que sinto avança sempre, majestoso na incompreensão e irrealidade sentida e vivida.
Vida, por onde andas?
Tento pegar docemente nela. Embalá-la. Mimá-la. Apertá-la com força e ternura de encontro ao meu peito numa doce carícia.
Será que consigo? Não posso pensar só em mim.
Precisam que as tratem com seriedade. Paixão. Ternura. Dar-lhes um sentido. Dar-lhes uma significação. Que as façam congratular-se com o afago do grito, quase divino, do deslumbrante nascer que se eterniza em maravilha sentida. Amado.
Se eu não me entendo, como posso eu entender os outros?
Talvez, um heterónimo doce existente e, visível em mim, o consiga. Eu não sou. Vivo na complexidade do conflito, em que sempre e, no fundo, vivi. Penso que nunca o compreenderão, esse conflito. É demasiado singelo e puro na sua imensa complexidade.
O meu conflito. O meu conflito que me baralha e baralha os outros por não o entenderem.
Preciso arrumar o pensamento. Pô-lo em ordem. Torná-lo positivo, optimista mesmo.
Vida, por onde andas?











































