Bem agarrado e amparado à minha doce esposa, choramos.
Pareciam irreais, personagens de um filme muito belo.
Quando me debrucei sobre a alcofa de cada um, vi os seus olhinhos brilharem.
Virei-me comovido e exclamei:
- Olha, cintilam! Brilham tanto!
Nunca mais esqueci o instante. Único!
O tempo parecia claudicar ali mesmo. Naquele momento.
O meu bater cardíaco acelerou e o dela também, num compromisso fascinante com a vida.
A nossa vida.
Jurei perante o Supremo Deus, em que não sei se acredito, que aquilo era bom demais.
A minha terna esposa enxugou-me as lágrimas com o seu lenço e beijamo-nos.
Creio que foi algo de inexplicável por fazer sentido.
Hoje, revivo o sonho. O sonho encantado.
Tive mais gestos muito significativos, mas aquele perdurou na minha vida.
Rezei fervorosamente a Ele, pela dádiva, pela magia, pelo deslumbre daquilo que me estava a suceder.
Creio que O percebeu na íntegra, a minha prece.
Pedro, filho, amo-te!
Tiago, filho, amo-te!
Não se repetiu mais, mas sinto-me perplexo porque foi bom. Muito bom!
Hoje, revi a sua magia.
O gesto Dele!
A crença e o crédito na felicidade existente!
Comove-me e comeveu-me sempre que falo disto!
Que ela traga toda a felicidade do Mundo a todos os que me visitam e não me visitam.