Contrariando os instantes belos do descanso, de que necessito e a que me entrego para o meu bem-estar pessoal, hoje ergui-me do leito muito cedo.
A semi-madrugada envolveu-me. Com um sentir incrédulo de maravilhar.
Todos estavam embalados no sono. Viviam nele. Embalavam o descanso ternamente. Recolhidos nele. Com Amizade ao sono. Agradecendo-lhe generosamente a sua dádiva maravilhosa que podiam usufruír!
Envolveu-me um sentimento aprazível, prazenteiro, que desejo que me habite constantemente. De uma força poderosa incrívelmente linda. Gigante!
Afinal, a simbologia da madrugada assinalava e demarcava o ciclo normal da vida. Nada mais.
Olhei demoradamente tudo. Tinha-se instalado um silêncio convidativo. Um instante belo e ambicionado, seguido de instantes decorados com a pacatez dos momentos harmoniosos, sentidos e sinceros. De pureza e incrível beleza.
O meu sentido carinho imperfeito, entenda-se!
Vivia do seu deslumbre instalado. Tamanha a agradabilidade do que vejo e sinto. Sentida e observada em mim e no que sou.
Podia apreciá-la calmamente. Gigante no silêncio. Convidativa ao nada que sou.
Relembrei o Mundo na “A Montanha Mágica” de Thomas Mann. Não sei porquê? Também não tenho de explicar.
Será que algum dia de vida necessitarei de me mudar para lá?
À minha frente, bem posicionada, uma tela partilhada na sua concepção por mãos de ouro. Fazia-me relembrar a inocência da expressão artística de “Miró”, digna de ser apreciada.
Talvez, as obras ímpares de beleza e talento daquele pintor/Ser surrealista Catalão.
Quem saberá?
Como a vi no Museu do Prado em Madrid. Injénua. Doce, por parecer fácil.
Explico-a pelo empenho de imensa ternura dos meus doces pintores de enternecer. Sim! Os dois! Dedicados a mim.
Na partilha encantada dos seus sentimentos e pensamentos que são pertença deles. Únicos. Ímpares. Por serem só deles.
Vivem e sentem como eu. Daí a similitude fantástica. Que amo. Que adoro! Que nem sequer consigo explicar por ser imensa?
Não! Não me esqueci de mim? Do que sou?
Sou um quadro há muito pintado. Visto. Revisto.
Talvez um dia eles expliquem o meu sentir? Por o entenderem. Por o compreenderem.
Um conhecimento que me enche de alegria por eles o conhecerem. Bem de mais!
Também entreguei-lhes tudo o que possuo. A minha vida dedicada a eles, por inteiro. O meu inconfundível, presente e inequívoco amor.
Quando expresso o que sinto perpassa por mim um ritual pacato dos momentos harmoniosos da minha existência.
Bem-Hajas, VIDA! OBRIGADO sentido e sincero!