Sinto perplexidade e espanto quando me assolam pensamentos que advêm de seres infelizes, descrentes de uma felicidade que tarda a chegar, não sei por que razão.
Nem que seja por instantes. Presentes. Pausadamente respirados. Ou sôfregos. Emotivos. Ou frios. Doces. Ou distantes. Ternos. Ou sem ternura. Alegres. Ou tristes.
Mas, intensamente vividos. Plenamente! Repletos de autenticidade. Verdadeiros. Sentidos. Únicos.
A Felicidade também pode ser sofrida. Angustiada porque não surge camuflada, escondida. É real ou sonhada em sonhos bons.
A Felicidade não tem preço! Não se regateia em qualquer hipermercado da moda. Nem se disputa num leilão de despacho desesperado de coisas inúteis. Nem se publicita em anúncios arranjados de canais televisivos, a horas de maior audiência.
A Pérola preciosa que é a Felicidade quando surge e nos abarca com encanto e magia, não se consegue descrever. Está assente num cantinho precioso de nós!
É intransmissível! É nossa! Faz parte do que nós somos!
Basta um só gesto. Basta um só sorriso! Um só acto. Um semblante emanando simpatia. Muita simpatia!
Porque não havemos de ser simpáticos para com todos?
Porque não haveremos de transmitir atitudes agradáveis na empatia com as pessoas, sem pensar na retribuição? Não se preocupem! Verão que é imediata. Mais imediata que um computador preciso, rápido e infalível a pesquisar informação.
É como a visão bela de um crepúsculo ofuscando-nos de deslumbre e encanto, inesquecíveis para sempre da memória pelo imenso bem-estar provocado.
Ou como o choro de um recém-nascido que dá início à sua vida sem o saber, desconhecendo o seu eu, a sua presença, por ser pura e majestosa no seu olhar com que brilha e saúda a vida, no seu modo peculiar assustado que se compreende. Intensamente! Surgiu sem equívocos! Foi feito de felicidade. Foi feito de indiscutível felicidade!
E, o seu choro, faz chorar!
Chorar de felicidade!
A pérola preciosa da vida e da felicidade surge connosco. Conquista-se com ardor. Todos os dias! Só que temos de entregar à vida o melhor que possuímos cá dentro. Mesmo que entreguemos o vazio e o nada! A Felicidade também existe neles.
Há sempre um lugar para a Felicidade!
By Poliedro, Janeiro de 2007