Fazes-me falta e estás sempre Presente!
Quando olho à minha volta encontro o teu sorriso. Belo e sempre presente. Sinto que me olhas de um modo muito especial como só tudo sabes. Existe imensa ternura neles, no belo olhar e no deslumbrante sorriso, num mundo que te pertence só a ti.
Se quiseres, algo misterioso, mas carinhoso e profundo. Um sorriso e um olhar arrebatadores que exprimem quem tu és, quem eu sou. Sempre os entendi à minha maneira, mas eles permanecem em mim, disso podes estar certa.
Revejo-te em sonhos, que são sonhos felizes. São sonhos bons, como os teus sentimentos o são. Por vezes, interrogo-me, se os merecerei. Se os compreenderei, eu e, a melancolia que me habita, que faz parte de mim, que trepa por tudo o que é corpo e alma. A tua presença é um milagre da vida. Ele, o Divino, decidiu ajudar-me, contemplar-me com a tua presença ao meu lado.
Penso que essa dádiva Dele, só eu e tu a compreenderam verdadeiramente. Em perfeita sintonia, comungando dos mesmos ideais. Da mesma forma de vida. Da mesma magia da vida. Compreendes? Por vezes, sinto uma sensação nauseabunda e silenciosa arrebatar-me quando não estás ao pé de mim. Não é um gesto de possessão, nem sequer de dependência. Quando não estás presente crio fantasmas.
Dói-me a cabeça! Dói-me as ideias.
Dói-me o corpo todo, parecendo ir-se desfazendo aos bocados, tornando-se irrecuperável, sem cura.
Divago em pensamentos intemporais, longe de uma lucidez coerente e lógica. Enfim, penso demais! Desejo sentir-me, mas não consigo. Fico sem discernimento para o fazer. Desejo rever-me, mas é impossível. As emoções parecem conquistar-me. Assaltarem-me! Fico no vazio de mim.
Nada me importa!
Fazes-me falta!
As tuas forças, são as minhas forças! A tua vida é a minha vida! Sinto as tuas forças estimularem-me o pensamento. Estimularem a convicção das palavras que profiro, expressarem-se mais facilmente. Mais naturalmente! Tornarem-se mais arrojadas. Mais aventureiras. Mais determinadas. A vida tem algum sentido. Os gestos e as ideias fortalecem-se e não se desmoronam. Não caiem por terra, gastos, indecorosos, desprotegidos.
Fazes-me falta!
É pieguice e é lamechice! Mas, é o que sinto. O que penso. O que me dá força. Me faz viver. Me faz existir! Dá nexo à minha existência. Dá valor ao meu entendimento. Dá carácter ao que sou e ao que penso. Quando não estás, torno-me indefinível. Inquieto! Desassossegado! Momentaneamente desconexo e confuso! A tua alegria. O teu sorriso. A avalanche de ideias e de ideais, que são meus também, concretizam-se na tua doce presença. Só assim, compreendo o Mundo, mesquinho, ininteligível e turbulento que ele seja.
E, então, consegues que eu possa amar as coisas e as pessoas. Compreendê-las! Entendê-las! Ver mais clara e nitidamente o que me rodeia e interessa!
Fazes-me falta!
Existe em mim a sublime magia do teu encantamento! Não esqueças nunca que o vazio sente-se. Está presente na ausência.
Fazes-me falta!
Sempre! Acredita que vives em mim! Dás sentido ao que eu sou.
Plenamente!
Pena, 2006
(Dedicado à minha doce esposa)