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Thursday, January 25, 2007

Oh! Que mal fiz eu a Deus?

Oh! Que mal fiz eu a Deus?

Sou um Professor ignorado do Mundo!
A vida não sabe ainda porque sou ignorado. Não tem conhecimento. Não se apercebeu, ainda. É por isso que sinto uma sobriedade e uma pacatez, pela sorte que sinto.
Os meus filhos têm conhecimento porque lhes contei, senão procurariam sabê-lo.
A todo o custo!
Porquê?
Talvez, pelo amor que vai neles e, pelo desencadear de questões que me colocam diariamente, e me apercebo que não sei responder. Nessas alturas, atiro-lhes com a minha sinceridade. Serei sempre sincero com eles. Nunca lhes mentiria!
Caio em mim. Olho à minha volta inseguro.
Há tanto a explicar-lhes. Há tanto que eles querem e desejam saber.
- Pai, o que é a existência? – Pai, o que é o amor? – E, a maldade? - Conheces a morte? Já alguma vez morreste? - Vá, explica-nos!
- Pai! Queremos saber. Ajuda-nos.
Sinto o Mundo a fugir-me a meus dos pés. Sinto uma náusea incómoda pelo amor que lhes tenho. E, esse amor está bem presente e vivo em mim e neles.
E, eu, há muito que descobri que vivo entrincheirado em mim e no que sou.
Não sei satisfazer-lhes a curiosidade, avivar-lhes o pensamento, amá-los ternamente, esclarecendo-os para que se descubram e descubram a vida.
Oh! Que mal fiz eu a Deus?
Sou apenas um Professor ignorado do Mundo que está de passagem.
Não digam nada a ninguém porque ninguém me conhece!
Uma vez, sentei-os no meu colo. Conversamos. Conversamos, numa conversa sem fim. Senti-lhes o calor. Senti-lhes um afago. Uma imensa ternura.
Não lhes contei uma história. Não tive coragem.
Contei-lhes a sua história. E, quando parei, senti absorverem-me, sorrindo.
Havia entendido. Haviam entendido a beleza e o encanto de serem.
Porque foi uma história de amor!
Não me questionaram mais sobre coisas difíceis. Não saberia responder!
Então, compreendi que foi Ele que me ajudou. Alguém me ajudou!
Sozinho não era capaz!
E, compreendi também, porque sou um Professor ignorado do Mundo!
Talvez, por não compreender a vida e a imensa riqueza que ela possui.
A imensa riqueza que vai no pensamento dos mais pequenos.
A imensa riqueza da vida dos alunos com que lido.
Com que lido com amor! E, talvez, eles não compreendam. Porque haviam de compreender?
Oh! Que mal fiz eu a Deus?


By Poliedro, Numa pacata manhã de Dezembro de 2006