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Campanha do Agasalho 2009

Monday, June 08, 2009

“Entre O Café E A Divagação…!”



(Se pretender ouvir um Sérgio Godinho espectacular, por favor, desliguem o rádio ao lado. OBRIGADO)
Entro no café.
A esta hora do dia repleto de rostos vazios que se entrechocam no olhar. Sem conhecimento mútuo.
As alvas paredes aconchegam-me de afecto. Parecem abraçar-me. Parecem falar.
Já os olhares são distantes. Vazios. Os gestos estereotipados de sempre. O pensamento longe dali.
Parecem descortinar um Mundo. Um Mundo que também é o meu.


Sento-me numa tosca mesa. O meu lugar aqui, parece-me preenchido. Gente que entra. Gente que sai.
É o ritual habitual de todos os dias.
As moscas vagueiam ao acaso. Poisam aqui e ali. Insuportáveis, mas presentes.
Inevitavelmente presentes. Querem persistir. “Respirar” a sua incómoda presença.


Peço um café com afabilidade. A empregada recebe a notícia com indiferença. Não era de esperar outra coisa. Vive a sua desconhecida vida. Não quer saber quem sou. E, eu estou lá. Estou a ocupar um lugar. Aconchegado ao meu pensamento. “Carregado” de sentimentos de sempre.
Mas, também não entro no jogo inconveniente da desconhecida. Ignoro-a.
Estou vivo. Vivo porque Ele me deixa viver, Está de bem comigo e pelo que sou. Também não sou uma pessoa que O incomode. Que O incomode na Sua grandiosidade.

Não sou dado a falas. “Sou”, apenas, não se esqueçam!
Há olhares de todos os géneros e feitios. Pessoas de vidas diferentes.
Sinto uma conversa aqui e outra ali. Várias conversas desinteressadas. “Enterro-me” em mim, por persistirem no ritual complexo da minha existência. São, apenas, conversas sumidas no seio do Mundo. Vivem no Mundo. Querem vivenciar o Planeta. Que os faz “agarrar” a ele. Persistem, na incompreensão do que são.

Às vezes, suscita-me a ideia de preferir as moscas. Prefiro o que sentem. São dispensáveis, mas coexistem.
Acredito na poesia. Nos instantes. Nos momentos. Nos actos.
Tudo se divulga na beleza do teu e do meu sentir. Compadece-se com o meu pensamento que trago sempre comigo.
Este nunca me deixou ao acaso. Longínquo. Indiferente. Aqui e ali. Possuo-o. Nunca o abandono. Nunca o abandonaria, nem em sonhos. Sejam reais ou irreais.
Surpreende-me, por nunca trair o que me vai cá dentro.
É a “metralha” do pensamento que me “bombardeia”. Não cessa, facilmente.
Consigo ouvir o bater cardíaco das pessoas. Ausculto seres “compostos” de vida. Descortino seres mais “descompostos”por não acreditarem nela. Sim! Na vida. Preciosa, a existência, já repararam…?
Enfim, “assimilei” o lugar onde me sento.
Tomei o café!
Digeri-o com tranquilidade e sossegadamente.
Depois?
Depois,”transportei-me” imiscuído do meu eterno sonhar, para fora dali.
“Transportei-me” em sonhos entre o café e a minha divagação constante...
Está bem assim…?

Pena

Pena. 08 de Junho.2009. Segunda-Feira.10horas. “Entre O Café E A Divagação…!”
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