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Campanha do Agasalho 2009

Saturday, October 24, 2009

Olho o relógio que marca o tempo. É cedo. Invulgarmente cedo. Que geração de sonho! A Minha!


Olho o relógio que marca o tempo. É cedo. Invulgarmente cedo.


Levantei-me. Lavei ao rosto. Entreguei-me a mim. Nem sei porque necessito dormir…?
Convencionou-se, pronto! Eu obedeço, sem concordar, mas adormeço. E, durmo, está bem?


É sempre um instante precioso quando existe motivação e encanto para fazer o que quer que seja.

As paredes alvas que me rodeiam parecem expressar protecção. Sinto-as e ao seu aconchego. Digeri um café bem forte e galguei as escadas de forma decidida e rapidamente.
Todos dormiam. Embalados nos seus mágicos sonhos de pureza e encanto.

Antes tinha-os observado. Alguns instantes só. Serão sempre rostos de imensa significação no meu sentimento e no meu pensamento constante.

Fui ao encontro do meu refúgio. Todos nós deveríamos ter um refúgio. Pertence-nos.
Um refúgio nunca inoculado, propagado, incutido, mas sempre presencial de agradabilidade. Só meu. Sempre o afaguei. Lá estão fixados na memória histórias do Saber.

Não obedecem a uma disposição exacta. Existem sem ordenação. Sem “prisão” que lhes traga angústia. Possíveis complexos. Eternos companheiros deliciosos da minha vida.
Do querer. Da minha existência controversa. Um pouco díspar. De bem com o mundo que sinto.
Olho demoradamente tudo o que me envolve.

Lá está Kant sorrindo. Camus parece afogueado. Sartre bem-disposto. Thomas Mann sempre inserido na sua deliciosa Montanha Mágica incompreensível. Kafka olha-me sempre de soslaio. Nunca teve um gesto amável comigo. O Eça de Queirós pertence agora aos meus preferidos relidos. Algum sentir obrigatório que agora se transformou em dedicação e maravilha.


E, eu que pertencia a uma geração tão significativa.

Nixon e Salazar faziam asneiras das grossas.
Mandavam vivos para o Vietname e para as Colónias Portuguesas subjugadas ao poder do mais bélico e forte que vieram “encaixotados”. Mortos. Desejavam ser “donos” indevidos do Mundo.


Estive prestes a partir também: Um Decreto Ministerial salvou-me, graças a Deus.
Também não mataria ninguém.


E, do outro lado do Planeta distante, os Vietcongues sofriam baixas, os Angolanos e Moçambicanos lutavam para defender as suas “Casas” e a sua “Família”. Só e Apenas, um espaço que era deles…!

A América sentiu vergonha. Salazar, envergonhou-se também.

No caso português a Revolução teve, inevitavelmente,repercussões além-mar. Aquilo não nos pertencia, mas provocou imensas carnificinas humanas evitáveis.

A bonomia de Kennedy acabou cedo. Mataram-no cobardemente. Era importante à paz entre os povos.


O Woodstock foi marcante.

Ainda de terna idade, falava-se do Rock. Beatles, Roling Stones, Bob Dylan, Joan Baez, Os Simon & Garfunkel, entre outros mais.

Uma geração de ouro que deu belas profissões. Alguns até acabaram em gabinetes ministeriais. Outros, profissões significativas.

Que saudades do nosso “Carpe Dien”: “Vive o dia. Vive o máximo”. Rasgávamos poesia e criavam-no-la, nós! Éramos livres. Valiosos. Únicos.
Uma geração de livres-pensadores. Faço-lhes uma vénia principesca. Éramos muitos. Inigualáveis.

Existiam ânsias de Paz e Amor. Desejos. Sensações da aventura. Da descoberta. Da novidade. Do ser parte integrante e participativa do Mundo.


Os Romances Histórico-Policiais também têm direito a acento. Já preenchem um pouco de mim. Visualizo-os com simpatia. O meu olhar respeita-os e eles emitem simpatia reconhecida e dedicada. Comportam dúvidas que jamais alguém decifrará. Tenho que dizer. São importantes!



Saramago, Prémio Nobel, escreve um livro polémico sobre a religião e a sua veracidade de valores e princípios que a rege, agora e antes. Justifica o seu sentir.

Eu, apenas me movimento em mim. Mais um, num Planeta de sonho que não é só meu.
Também jamais poderia co-existir só. As pessoas. Lindas. Ternas. De afago, sabem que estou vivo. Que existo.

Fiz um silêncio significativo. Escutei a minha respiração. Escutei o meu coração.
Concluí: Pertenço-me por inteiro, sabem…?


Penso demais, sim?

É fruto e consequência da minha geração preciosa. De ouro puro.

Apenas e nada mais.


Que geração de sonho, aquela!


PENA
Dia 24. Outubro. 2009. 8.00Horas.

Oxalá, apreciem.
MUITO OBRIGADO, incomparáveis Amigos (as) gigantes.
Um Bem-Hajam sincero pela VOSSA amabilidade e simpatia.
Gosto imenso de Vós!