Apenas gosto de falar com a vida, sabem? Não! Não inventei. Constatei.
Sempre que entro naquela escola, nunca fico surpreendido.
É tudo “feito” de crianças ao meu olhar. Ao meu Ser. Ao meu Estar.
Crianças com ambições. Com desejos. Verdadeiros heróis da vida! Brincam!
Aprendem e dão tudo o que têm para aprender. Tudo o que neles possuem para brincar.
Vestem não para agradar, mas o que lhes dão para vestirem.
São ternos à sua maneira. Puros! De imensa ternura.
Com sentimentos transparentes que lhes vêm com sinceridade cá de dentro.
Com a garra que Deus lhes deu. A força. A inércia avassaladora que os faz mover. Agir.
De bem de dentro deles. Do seu coração e da sua Alma profundas. Autênticas. Verdadeiras. Plenas de sinceridade e encanto.
Também choram quando é preciso chorar. E, choram a vida. Expandem a sua tristeza no seu choro sentido e manifesto, mas que dissipam rapidamente de si.
Esquecem. Fazem por esquecer.
Tento percepcionar de “longe”o choro que vai neles. Omitem-no prontamente, mas eu não o consigo ignorar. É visível. Visível em mim e no que sou.
O seu riso e a sua alegria vivem-nos também. À sua maneira doce. Pertence-lhes.
Caminham com desembaraço sem aparentarem o seu sentir. Desejam viver. Ambicionam existir.
Viver e existir com a vida e com a existência. Que são suas.
E, conseguem-no. Para mim, concretizam-na. Amplamente. Sem dúvidas do seu querer franco que nada exige. Nada quer em troca. Somente desejam “Serem”.
Fazem o seu “sentir” com imensa destreza. Habilidade fantástica. Que não deseja ovação ou aplauso. São eles a “serem”.
Eu, ovaciono-os só por carregarem com pesadas mochilas. Parecem falar-lhes, em surdina. Num sussurro com o conhecimento que elas contêm. Sem medo ou pavor. São corajosos. Valentes. Sempre o foram. Todos, sem excepção.
Embora os vergue um pouco. Mas, lá vão! Sonhadores. Imbuídos no sonho de serem alguém.
A responsabilidade de todos eles torna-se bem visível e perceptível. Chegam. Em grupo! Sozinhos! Acompanhados! Aturam conselhos atrás de conselhos. Aturam regras atrás de regras.
E, eu nunca entenderei isto, acreditem?
Porque será assim?
Gosto de falar com a vida. Só e apenas.
E, não entendo…? Quem me dera entender.
Porque terá de ser sempre assim?
Interrogo-me, a mim próprio?
Será imprescindível, “erguer” um futuro mais risonho desta maneira?
Porquê?
Porquê?
E, a sua existência…? E, a sua vida…
Porquê?
Porquê?
As regras…as exigências…o silêncio…a mochila pesada…a espera de regresso a casa…o amor familiar inexistente…as suas brincadeiras inócuas…o viverem felizes…o choro compulsivo…o riso constante…a falta de compreensão…a penalização implacável nos actos…a falta de diálogo…a solidão…a fome…a miséria…acatarem tudo, tudo…a autoridade que não necessitam porque são puras…
Apenas gosto de falar com a vida, sabem?
Não! Não inventei. Constatei.
Porquê?
Tema musical: "Putt the Magic Dragon" – Autoria dos Peter, Paul e Mary Live)
(Se os desejarem escutar, mais abaixo, POR FAVOR desliguem o rádio existente aqui.
É um momento lindo. Enternecedor.)
OBRIGADO PELA VOSSA CONSTANTE AMABILIDADE E SIMPATIA.
AGRADECIDO...MUITO OBRIGADO sentido e sincero.
Só um gesto amigo: Votem no TOPBLOG. FALTAM SOMENTE 15 DIAS!
Pena.15 de Julho.2009.Diário de Um Professor.