Acordei com um espírito da amizade grandioso e arrebatador. Eram os termos correctos. Encontravam-se vivos e presentes em mim. Conquistavam-me!
Eram bem visíveis.
Eu, que nesta quadra, regresso sempre à infância. Sei lá se nunca sai dela!
Eram dez horas e sete minutos da manhã. Fazia frio. Só assim explico o Natal.
Sim, o frio é importante. Só assim se consegue explicá-lo, senti-lo!
Pensei como era feliz. Feliz, porque no Natal, todos transportam sorrisos.
As pessoas transportam sorrisos e alegria neles, porque é Natal. Explicam-se assim. De forma jovial e amiga. Necessitam de instantes alegres, mesmo aqueles, mesmo aquelas pessoas, que ao longo do ano nunca emitem um sorriso como o fazem agora.
A magia do Natal agarra os corações de todos, mesmo daqueles que o perderam há muito. Mesmo daqueles que procuram descobri-lo e encontrá-lo, apalpando-o no vazio, onde devia estar e não está, no vazio do olhar e do infortúnio que os assola pelo desencanto existencial e pleno de nada. Mesmo esses! Penso, que o encontrarão. Tenho esperança.
Não consigo entender a razão da minha euforia e felicidade nesta dia.
Só sei que é Natal e eu gosto dele! Porquê?
É Natal. Está tudo dito! Paira no ar, algo que me comove e me faz viver com emoção! Com encanto. É diferente. O cheiro é diferente. As sensações são diferentes. Boas!
O meu Natal está com todos. Pobres e ricos. Bons e maus. Com saúde e sem saúde. Amigos e sem serem amigos.
Todos, sem excepção.
É Natal!
Sinto-me feliz porque sou verdadeiramente feliz e é Natal!
E, particularmente, embora seja incorrecto porque devia ser todos os dias, preocupo-me, de forma mais intensa pelas pessoas, porque é Natal!
É esse dia MUITO ESPECIAL...
By Poliedro, Natal 2006