As
 flores. A harmonia. A pacatez. O silêncio, fazem-me sentir e pensar. 
Numa tranquilidade de encanto e pureza. Que faz a “triagem” do meu Ser.
Tenho
 a certeza que “Habito” um Universo. Um Firmamento feito de preciosas e 
fantásticas pessoas perfeitas. São como estrelas cintilantes. 
Majestosas. Resplandecentes de brio e intensidade extraordinária. De uma
 sensibilidade marcante. Constantemente doce. Muito terna.
Tenho
 um receio imenso da vida. Da minha vida. Dos afectos que me transmitem.
 Sentidos. Presentes. Adoráveis e magnificentes. Que desmaiam no que sou
 num choro sentido de gratidão sincera.
Ajo
 sempre com o coração “entalado” no seu lugar preciso de apreço. Em que 
“construo” e me preocupo em executar poesias singelas, sem ser um poeta a
 sério. Que brotam do meu sentir com esforço. Esconderei sempre os meus 
versos em mim. De encontro ao meu peito. São meus. 
Deliciosamente
 meus. Se os divulgasse rir-se-iam deles. Sei disso. Tenho um receio 
imenso da vida. Do que possam apurar. Do que possam desvendar. De 
entender que a poesia que faço não é poesia. Nunca serei um poeta, 
sabem?
Escondo-me. Escondo a poesia que sai do meu eu apressado. Oh, como ambicionava mostrar tudo o que possuo? Tudo, mesmo.
A
 poesia que “construo” dedico-ma. Não extrai o meu coração porque não 
pode? Direcciono-a ao meu esquecimento porque “entro” nela. Não sei 
sequer se vive de sobriedade. Bom-Senso. Se revela a minha Alma que vive
 a sonhar. Sonha, isso tenho a certeza. Sim? Absoluta.
Não sou um poeta. Sou somente um poeta de mim. Vive. Reage. É.
Às Vezes Tenho Receio Da Vida. Do choro poético da minha vida.
Creio que faço bem em a esconder. Sim! A poesia! A poesia que faço só para mim.
Adorava
 ter estudado a sua métrica. A sua sonoridade. Ter estudado o carinho e a
 ternura que emana dela e que não sei “confeccionar”.
“Disto” estou certo. Infelizmente exacto.
Às Vezes Tenho Receio Da Vida.
Da minha vida.
Nunca entregarei a ninguém a minha poesia.
A poesia mágica e desconhecida que faço para mim.
Pena