É Noite. Uma Noite Cerrada!

É noite. Quando vislumbrei as horas no meu telemóvel, assinalavam quatro horas da manhã. Fiquei estupefacto porque não penso ou “visto” a vida àquelas horas de nada.

Senti um arrepio. Desci as escadas rumo ao subsolo de casa não abrindo as luzes, tarefa custosa e difícil. Ainda tropecei num dos degraus, mas consegui segurar sem cair.

Quando faz noite costumo visualizar sombras fugidias, bem ao meu alcance e disposição. Ainda faltava imenso para o raiar do novo dia.

Algo puxava por mim. Com uma força grandiosa e gigantesca.

Talvez, fossem os últimos pesadelos sonhados ou pensados num mundo maravilhoso e perfeito. Senti o meu “eu” bem desperto. Senti ternura. Senti um carinho avassalador. Só quando olhei a cadeira onde iria tomar o pequeno-almoço é que acendi a luz. Essa “Chama” de bondade e solidariedade pelos mais desprotegidos do “existir”. Um viver expresso e sentido do Planeta que me agraciou terna e carinhosamente.

Foi então que perdi o temor constante pela noite majestoso e que começou a fazer parte de mim e do que sou. Creio que o Planeta me agradeceria pela pureza de deslumbre evidenciados e fantasiados pelo “feitiço” irrecusável e inacabável de apreço, ternura e beleza.

O silêncio da casa demarcava “vidas”. “Vidas” extraordinárias que acarretam uma vastidão das eternas descobertas. De mim. De vós.

Sempre que tento encontrar-me comigo sinto uma paz e magia que nunca pensei pensar. Que nunca poderia sentir e ser. Não gosto nada de me expor.

Ser visto quando “visto” o Mundo. As pessoas. As minhas “coisas”. A vida.

Deus sabe. Deus sabe tudo. Ao pormenor do que sou por abarcar uma magia linda e doce. E está sempre presente em mim. Que me é existente. Com um “abraço” de vida comovente e repleto de sensibilidade que é séria e sensata. A minha vida que sonha sonhos e a dos outros Seres Vivos sedentos de mal –estar ou de  bem-estar, mas que desejam a harmonia e a apraz conduta e postura que os fazem existirem. “Mal ou Bem” estou “Cá”, sabem?

Gosto muito de vós.

É Noite. Uma Noite Cerrada!

António Pena Gil

Obrigado.