Monday, September 24, 2018
Já Não Consigo Escrever
“À Mão”. É Uma Letra Impercetível. Tenho Que Escrever Diretamente No Computador!
A minha escrita “ à mão”,
com uma esferográfica, é impercetível. Parece que escrevo “rabiscos” que
ninguém pode percecionar ou ler. É injustificada. É difícil ler. Parecem
códigos linguísticos sem nexo ou impossíveis de assimilar ou apurar pelas
pessoas. Até a assinatura de documentos oficiais carecem de sentido ou
significação legíveis.
Está certo. Aprendi com
o meu adorável e extraordinário pai de sonho. Tinha uma letra maravilhosa.
Linda “de morrer”. Era majestosa. Era única.
Quando escrevia eu
ficava deslumbrado. Eu ficava fascinado. Era uma escrita cativante. Pura.
Quando o meu pai escrevia
eu observava-o deliciado. Orgulhoso da sua escrita e muito atento e embevecido
naquelas belas letras que encantavam. A todos provocava pasmo e virtuosismo de
ternura que levava para todo o lado.
Que assinatura, meu
Deus. Não lembra ninguém. Estava presente.
Não se visualizava,
existente no meu carácter sensível de incongruência. Tentava imitá-lo, mas não
o conseguia. Agora, assemelha-se muito à sua escrita de sonhar.
Sinto-me sem condutas
em imitá-lo. Nunca deu “frutos” quando o fazia. Era absurdo. Não compatível com
o que sou. A sua escrita brilhava pelo Mundo inteiro. Por onde ele passava.
Assemelhava-se às estrelas lá no Alto.
Poderia passar todo o
dia tentando imitá-lo, mas surgiam sempre inadequadas e nada parecidas com a
escrita maravilhosa que era a sua. Só sua.
Parecia desenhada
meticulosamente e com beleza imensa. Magia pura, a dele. Preciosa. Omissa do
Planeta. Era dele.
Que ninguém consegue
copiar. Por ser de encanto e excelência só suas.
Agora sinto-me incapaz
de fazer rascunhos ou símbolos indevidos e inconsequentes que julgo abarcar.
Está bem que a letra do meu pai era só dele, mas penso, que cada vez a “persigo”
mais por todo o lado onde ele a levava com fascínio e sublime Ser.
Já Não Consigo Escrever
“À Mão”. É Uma Letra Impercetível. Tenho Que Escrever Diretamente No Computador!
Obrigado, Pai.
António Pena Gil
Bem-Haja, grandiosos
amigos de deslumbre imenso.
Gosto muito de vós.