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Campanha do Agasalho 2009

Wednesday, September 12, 2018


Para Todos: “A Nossa” Menina!
Para Mim: “A Minha” Menina!

Eu e o meu irmão distanciávamos de idade treze meses. Eu viria a ser o filho do meio com a adversidade e o contratempo que a vida me dera. Concedera-me na ignorância do nosso viver. Como é tido e considerado sempre o filho do meio.
Era sempre o mais desprotegido e o mais ignorado da família.  
Vivíamos uma adolescência tumultuosa e  intensa, entrincheiradas no nossa inocência e ingenuidade como  qualquer jovem daquela idade.
Anunciaram-nos que iríamos ter mais um elemento lindo e maravilhoso ser humano na nossa família. A minha doce mãe iria “dar à luz” uma menina.
Eu e o meu irmão olhamo-nos curiosos e apáticos de grandiosa curiosidade e delícia. Fazia muita distância de nós. Oito ou nove anos.
Passou algum tempo após a dádiva pura, majestosa e suprema daquela atitude do que fomos informados.
Finalmente, a minha mãe entrou em nossa casa com a alcofa da menina.
“Tremíamos” de espectativa e interesse com os olhos pregados, ansiosamente na magia que irradiava daquela “encomenda” que significava encanto e delícia pertinentes e de notabilidade para nós. E em nós.
Resolvemos espreitar. Emotivos e pacatamente espreitamos.
Vimos uma “coisa” pequenina, mas com uns olhos cintilantes, radiosos e de sonho como reluziam muito ternos, ímpares e de uma magia ímpar de pureza  grandiosa. Ficamos incrédulos e fascinados. Muito felizes com esta “Aparição” junto de nós.  
Era “A Nossa Menina”. Para mim: “A Minha Menina”.
Mal ela sabia que seria a minha companheira, mais tarde, imprescindível e ao meu lado para onde quer fossemos ou no desafio do “Palco Social” em que nos inseríamos, constante e presencialmente, “enfrentando-o” conjuntamente todos os dias.
Os anos passaram, mas ela não.
Mais tarde, conheci aquela que conquistou a minha Alma e todo o meu Ser de uma vida assumida para o bem e menos bem. Em breve, começamos a namorar. Seria a pessoa, a princesinha, de deslumbre imenso de uma vida vivida juntos e felizes na paz dos Céus e da Terra.
A minha única pessoa apurada de sentimentos de ternura, encanto e beleza imensas para mim.
Houve uma pequena revolta dos meus amigos de então: “Então namoraste tanto tempo com a Paula e, agora, deixa-la? Não vales nada! Isso não se faz, entendes? As pessoas não se “descartam” assim, como o fizeste?
Quando lhes disse que a Paula era minha irmã, descansaram e pediram-me desculpa. Parece que ainda os vejo revoltados e indignados.
E, na altura, a minha terna e fantástica irmã continuou a andar connosco. Sempre adorada e mistificada em mim. Eram dois “tesouros” imprescindíveis no meu existir de adolescente atento e feliz.
Seria sempre: Para Todos: “A Nossa” Menina! Para Mim: “A Minha” Menina!
António Pena Gil
Obrigado.