Wednesday, September 12, 2018
Para Todos: “A Nossa”
Menina!
Para Mim: “A Minha”
Menina!
Eu e o meu irmão distanciávamos
de idade treze meses. Eu viria a ser o filho do meio com a adversidade e o contratempo
que a vida me dera. Concedera-me na ignorância do nosso viver. Como é tido e considerado
sempre o filho do meio.
Era sempre o mais desprotegido
e o mais ignorado da família.
Vivíamos uma adolescência
tumultuosa e intensa, entrincheiradas no
nossa inocência e ingenuidade como qualquer
jovem daquela idade.
Anunciaram-nos que
iríamos ter mais um elemento lindo e maravilhoso ser humano na nossa família. A
minha doce mãe iria “dar à luz” uma menina.
Eu e o meu irmão
olhamo-nos curiosos e apáticos de grandiosa curiosidade e delícia. Fazia muita
distância de nós. Oito ou nove anos.
Passou algum tempo após
a dádiva pura, majestosa e suprema daquela atitude do que fomos informados.
Finalmente, a minha mãe
entrou em nossa casa com a alcofa da menina.
“Tremíamos” de espectativa
e interesse com os olhos pregados, ansiosamente na magia que irradiava daquela “encomenda”
que significava encanto e delícia pertinentes e de notabilidade para nós. E em
nós.
Resolvemos espreitar. Emotivos
e pacatamente espreitamos.
Vimos uma “coisa”
pequenina, mas com uns olhos cintilantes, radiosos e de sonho como reluziam
muito ternos, ímpares e de uma magia ímpar de pureza grandiosa. Ficamos incrédulos e fascinados.
Muito felizes com esta “Aparição” junto de nós.
Era “A Nossa Menina”.
Para mim: “A Minha Menina”.
Mal ela sabia que seria
a minha companheira, mais tarde, imprescindível e ao meu lado para onde quer
fossemos ou no desafio do “Palco Social” em que nos inseríamos, constante e presencialmente,
“enfrentando-o” conjuntamente todos os dias.
Os anos passaram, mas
ela não.
Mais tarde, conheci
aquela que conquistou a minha Alma e todo o meu Ser de uma vida assumida para o
bem e menos bem. Em breve, começamos a namorar. Seria a pessoa, a princesinha,
de deslumbre imenso de uma vida vivida juntos e felizes na paz dos Céus e da
Terra.
A minha única pessoa apurada
de sentimentos de ternura, encanto e beleza imensas para mim.
Houve uma pequena
revolta dos meus amigos de então: “Então namoraste tanto tempo com a Paula e,
agora, deixa-la? Não vales nada! Isso não se faz, entendes? As pessoas não se “descartam”
assim, como o fizeste?
Quando lhes disse que a
Paula era minha irmã, descansaram e pediram-me desculpa. Parece que ainda os
vejo revoltados e indignados.
E, na altura, a minha
terna e fantástica irmã continuou a andar connosco. Sempre adorada e
mistificada em mim. Eram dois “tesouros” imprescindíveis no meu existir de
adolescente atento e feliz.
Seria sempre: Para
Todos: “A Nossa” Menina! Para Mim: “A Minha” Menina!
António Pena Gil
Obrigado.