Sunday, September 02, 2018
Tenho A Cabeça “Cheia”.
Repleta de Recordações Infantis!
Quando o meu pai “partiu”
acerca de um ano tenho repartido a minha existência por minha casa, onde tenho
a minha família e o “aconchego” à minha mãe só e indefesa, em casa dela.
Conversamos imenso
sobre a vida. O mundo. As nossas vidas.
Nunca a deixaria abandonada
ao acaso no seu existir. Não! Não poderia.
A restante família
demarca-se dela alegando falta de tempo. Vou buscá-la a casa da minha irmã e
vamos para casa dela. Sonhar.
Recordo imensas coisas
de que se não lembra e eu dou “luz” ao meu pensar. Lembro-me de quase tudo.
Desde a vinda de um senhor sinistro de semblante indefinido e fusco de
Inglaterra para nos dar explicações de Inglês até ao falecimento da minha avó.
Da corrida de caricas ao mau perder do meu irmão João. Do meu atropelamento. Às
nossas investidas à gruta do Senho Nóbrega de rosto ausente e indefinido. Do
Senhor Fontes, conceituado professor no Liceu e morador aí cheirando muito a
alho. Dos contratempos que provocava na vida da família ali.
É com saudade que
relembro também ficarmos na “Branca e na Hermínia” onde estudávamos e da
gritaria minha e do meu irmão por não encontrar justificações plausíveis de
acreditar que os meus país estivessem bem? Era o que mais nos preocupava e mais
pensávamos. Íamos sempre almoçar a casa.
Tenho imensas
recordações de outrora. A minha cabeça está “cheia” delas. “Abarrotada”.
Que a minha debilitada
mãe se sente fascinada e maravilhada quando as expresso. Certas coisas que
escrevo e penso são me preciosas. A que maior saudade me mereceu de interesse
foi o Evento do nascimento da minha irmã. Faz uma grandiosa diferença de idades
entre nós. Era um “tesouro” que viera alegrar as nossas vidas. Estava na alcofa
e eu o meu irmão “tremíamos” de ansiedade em vê-la. Aproximamo-nos
cautelosamente e em uníssono e espreitamos: Como era bela! Possuía uns olhos
muito vivos que cintilavam e faiscavam ternura e a “chama” da pureza e beleza.
Mal, ela sabia que iria ser uma companhia minha para sempre.
Enfim, a minha mãe
diz-me que tenho uma memória de “elefante” que lhe faz acompanhar o rastro da
família e da vida. O meu cérebro está repleto de recordações.
Tenho A Cabeça “Cheia”. Repleta de
Recordações Infantis!
António Pena Gil
Obrigado.