O Senhor Gonçalves
Sorriu Para MIM!
Não posso dizer as
horas a que me levantei. Chamar-me-iam preguiçoso.
Levantei-me de bem com
o Mundo inteiro. Estava bem-disposto. Feliz.
Satisfeito.
Quando levei o “leite”
à minha cara-metade. Observei-a e estava linda. Sublime. Sorridente.
Era tão linda. Parecia
uma Deusa maravilhosa. De encanto e deslumbre imensos.
Disse-me que eu era tudo
para ela. Nem acreditei. Beijei-a com amor.
Descia as escadas e vi
o Senhor Gonçalves com a lareira acesa. Usufruindo do calor apaziguador do frio
intenso que se fazia sentir. Sim! Na minha casa na cidade sublime que adoro.
Olhei-o. Agi. Dei-lhe
um beijo na testa. O seu sorriso “abriu-se” para o que sou.
Nem queria acreditar.
Dirigi-me, de novo, à cozinha e arranjei-lhe o almoço. Prometi-lhe que iria
buscar lenha. Depois de ele almoçar. Iria sentir-me melhor.
Com aquele “afago”
bem quentinho.
Não disse, que eu não
sabia nada de nada. Já era extraordinário para mim.
Por contrário “abriu” a
sua vida, naquele momento, num majestoso agradecimento.
Sim! Por gostar dele.
Por sentir “algo” por ele.
Senti-me muito bem.
Havia começado o meu dia só com alegrias manifestas e sentidas.
Pensei otimista.
Afinal, ele gosta de mim. Imenso.
Neste momento em que
escrevo sinto uma felicidade profunda. Exemplar. Gigantesca. Enorme. Todas as
pessoas, mas todas as pessoas, deviam sentir-se felizes. Como eu estou.
O Senhor Gonçalves
gosta de mim. Será possível?
Existo. Sinto-me,
agora, compreendido. Aquele sorriso fez-me bem. Muito bem. Sinto-me maravilhado
com ele. Com a vida. Com o Senhor Gonçalves que nunca teve a ideia de gostar do
que sou.
E, neste instante belo,
sentei-me ao seu lado. Conversamos. Sem nos “atropelarmos” um ao outro. Com
civismo. Com Cidadania. Com respeito mútuo. Éramos amigos.
E, agora, ousei partilhar isso convosco.
Senhor Gonçalves, gosto
muito de si.
Sejam felizes, está
bem?
António Pena Gil Janeiro 2016