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Tuesday, January 05, 2016

A Magia da Vida!

A minha família ia receber uma “preciosidade Humana” admirável.
Uma menina ansiada e desejada. Éramos dois irmãos em constante conflito.


Minha mãe sorria de alegria e felicidade. Meu Pai sorria. Só sorria com o coração silencioso. Nunca fora de dar as emoções a outro. Fosse quem fosse. Os seus sentimentos eram silenciosos e alegres, agora, detectados.
Quando a alcofa chegou a casa, minha mãe estava orgulhosa como nós todos nós o estavam também.


A minha mãe espreitou pela milésima vez a alcofa e o meu pai fez o mesmo.
Eu e o meu irmão mais velho aproximávamos-nos, cautelosamente da mesma forma.
Quando me debrucei sobre a alcofa vi uns olhos muito lindos e cintilantes. Foi como se fosse uma miragem num “deserto”  existencial  que era só nosso. De enternecer e maravilhar. Sim! A nossa vida familiar necessitava imenso de uma dádiva Dele! Aparecia agora. Aos nossos olhos atentos. Apurados. E vendo tudo. Com imenso interesse. Com imensa ternura.

Chamámos-lhe Paula. Tudo se fazia naquela casa que permanecesse em silêncio. Que reza-se a Ele. Pela beleza e encanto desta “aparição” fantástica. Que mudaria toda a nossa existência.
Até o meu irmão ficou diferente comandando a minha vida e a dele.

Passávamos todo o dia a pensar no instante de observação da alcofa e sorríamos felizes e atónitos perante tanta majestade da bebé.

Paula, era um bom nome. - Pensei em surdina só para mim.
Penso que o meu irmão conflituoso também concordou. Achou bem. Achou o nome bonito. Manifestava-se como o meu pai. Não queria chamar a atenção. Revelar sentimentos se os podia guardar para si. Era um momento muito especial para eles. Eram assim, pronto. Nada havia a fazer.

Quando senti a família na sala, aproveitei e espreitei alcofa. Olhava-me. De forma magistral com uns olhos lindos de sonhar. Cintilavam, ao mundo inteiro. Pareciam conquistá-lo. Quando sorriu fiquei deslumbrado pela sua magia de fascinar. Até era lindo o sorriso. Muito lindo. Chamei-lhe de pronto e sem duvidar: - A nossa menina. Para mim: A minha menina.

Olhei o mundo. Naquele instante perfeito e ímpar. Por ser belo.

Mal eu sabia que iria ser uma companheira minha. Para toda a vida.
Até pensaram que éramos namorados. Sempre lado a lado.
Foi encantador e enternecedor.
A “chegada” da Paula “virou” tudo em que acreditava com fervor e convicção. Seriedade.

Bem-Hajas, Paula.

OBRIGADO pela tua amizade e companheirismo agradável e perfeito.
Jamais te poderei esquecer. Nunca mais.
OBRIGADO sincero, meu Deus. Pela Tua ternura linda e fantástica!


(António Pena Gil) Janeiro 2016.