Mais Um Dia da Minha Vida!
Hoje, levantei-me muito cedo. Por volta das seis horas da manhã.
Levantei-me por sugestão da minha doce cara-metade.
Levei-lhe o “Leite”. Agraciou-me. Como sempre.
Constatei como ela era especial na minha vida.
Fui à Pastelaria. Como era meu hábito.
A menina do “adoçante” estava muito simpática comigo. Mais que o normal.
“Largou” os clientes habituais daquele lugar e foi ter comigo, ligeirinha.
Depois de me atender sorriu e perguntou-me se desejava alguma coisa mais?
Retorqui-lhe que não. Estava tudo bem. “Disparei”, simpática e amavelmente como até agora o adoçante preenchera a minha vida. Não o devendo fazer. Foi o que lhe disse.
Metido “comigo” pensei e “arrastei-me” para casa. Para onde a minha vida fazia sentido.
As letras “fugiam” pelo confuso teclado da minha vida. Tentei “agarrá-las”. Sem sucesso. Sem êxito conseguidos.
Passei por todas as fases perante a situação que vivia. Com desespero. Com tristeza. Com desalento.
Estive todo o tempo tentando “agarrá-las”. Quando consegui, rapidamente, metia-as num singelo “cantinho” do meu cérebro.
Afinal nunca me tinha acontecido isto?
“Abri” docemente, o pensamento. E, meti-as lá. Todas as que “fugiram” de mim. Eram minhas. Tinham-se perdido. Porquê? Não sei. Sei que as contei e estavam certas. Todas.
Tenho que estar mais atento, proferi de maneira a que elas ouvissem.
Acendi a Lareira. Aquele afagante “dispositivo”. Repleto de encanto que “fortaleceu-me”. Na luta incessante e incansável porque já faltam muitas.
Foi então que entendi. Ao longo da minha Vida “desgastei-as” imenso. E, não podia. Sabia que elas partiriam, um dia.
Cansadas. Usadas. Gastas. Sempre presentes em todo o lago. Para onde eu ia levava-as comigo. Sim. Comigo. Falando. Conversando. Dialogando.
Pensei: Já devia ter constatado há muito que um dia iria “perdê-las”. Ficar sem elas. Ficar sem mim.
Não ficariam sós. Há por aí muitos cérebros cansados que as iriam recuperar, sem muita fadiga. Dar-lhes-iam vida outra vez.
E, eu ficaria ao acaso sem elas. Ficaria inerte no chão. Ficaria um “vagabundo” do pensamento sem nada de nada.
Havia alguém sempre pronto a dar-lhes vida com convicção forte. Incisiva. Forte. Com um sentido necessário ao mundo. Abrir-se-iam de novo a ele. Sim! Ao mundo.
Eu? Perderia tudo, mas tudo mesmo. Ficaria vazio. No vácuo. No chão do empedrado da vida.
Foi mais um dia da minha vida!
Sejam felizes, está bem?
António Pena Gil Janeiro 2016