Thursday, January 28, 2016
Mais Um Dia da Minha Vida!
Hoje, levantei-me muito cedo. Por
volta das seis horas da manhã.
Levantei-me por sugestão da minha
doce cara-metade.
Levei-lhe o “Leite”. Agraciou-me.
Como sempre.
Constatei como ela era especial na minha
vida.
Fui à Pastelaria. Como era meu
hábito.
A menina do “adoçante” estava muito
simpática comigo. Mais que o normal.
“Largou” os clientes habituais
daquele lugar e foi ter comigo, ligeirinha.
Depois de me atender sorriu e
perguntou-me se desejava alguma coisa mais?
Retorqui-lhe que não. Estava tudo
bem. “Disparei”, simpática e amavelmente como até agora o adoçante preenchera a
minha vida. Não o devendo fazer. Foi o que lhe disse.
Metido “comigo” pensei e
“arrastei-me” para casa. Para onde a minha vida fazia sentido.
As letras “fugiam” pelo confuso
teclado da minha vida. Tentei “agarrá-las”. Sem sucesso. Sem êxito conseguidos.
Passei por todas as fases perante a
situação que vivia. Com desespero. Com tristeza. Com desalento.
Estive todo o tempo tentando
“agarrá-las”. Quando consegui, rapidamente, metia-as num singelo “cantinho” do
meu cérebro.
Afinal nunca me tinha acontecido
isto?
“Abri” docemente, o pensamento. E, meti-as lá.
Todas as que “fugiram” de mim. Eram minhas. Tinham-se perdido. Porquê? Não sei.
Sei que as contei e estavam certas. Todas.
Tenho que estar mais atento, proferi
de maneira a que elas ouvissem.
Acendi a Lareira. Aquele afagante
“dispositivo”. Repleto de encanto que “fortaleceu-me”. Na luta incessante e
incansável porque já faltam muitas.
Foi então que entendi. Ao longo da
minha Vida “desgastei-as” imenso. E, não podia. Sabia que elas partiriam, um
dia.
Cansadas. Usadas. Gastas. Sempre
presentes em todo o lago. Para onde eu ia levava-as comigo. Sim. Comigo.
Falando. Conversando. Dialogando.
Pensei: Já devia ter constatado há
muito que um dia iria “perdê-las”. Ficar sem elas. Ficar sem mim.
Não ficariam sós. Há por aí muitos
cérebros cansados que as iriam recuperar, sem muita fadiga. Dar-lhes-iam vida
outra vez.
E, eu ficaria ao acaso sem elas.
Ficaria inerte no chão. Ficaria um “vagabundo” do pensamento sem nada de nada.
Havia alguém sempre pronto a dar-lhes
vida com convicção forte. Incisiva. Forte. Com um sentido necessário ao mundo.
Abrir-se-iam de novo a ele. Sim! Ao mundo.
Eu? Perderia tudo, mas tudo mesmo.
Ficaria vazio. No vácuo. No chão do empedrado da vida.
Foi mais um dia da minha vida!
António Pena Gil Janeiro 2016