Thursday, January 28, 2016
Diário de Um Cidadão:
Não desejava transformar este diário como o Diário de Anne Frank.
Também não estamos em tempo de guerra. E, ela estava.
Não deu conta, mas essa dependência, se calhar, era visível e manifesta.Resolvo tudo de forma radical. Não! Não consigo abandonar certas coisas que me preenchem.Das pessoas. Do observar o Céu. Do sentir alguma coisa pelo que faço. Sim! Adorava que me dessem crédito. Só algum.Talvez o consiga. Iria surpreendê-los. Arrasá-los. Mostrar as minhas ideias imensas sem explicar nada de nada a ninguém.Sejam felizes, sim?
Não fui à Pastelaria. Não tive que enfrentar a menina simpática do “adoçante”. Ouvir os seus comentários e ideias sobre ele. Constatei que não poderia passar sem o “adoçante”. Não era pessoa também que, para ela ter algum protagonismo na sua vida, implicasse sobre “aquilo”.
Se calhar, ela punha “adoçante” no seu café.
Debrucei-me sobre mim. O que penso. O que sou. Já sei que sou ideias. Sou sentimentos. Sou pensamentos. Sou palavras.
Estou só. Olho tudo à minha volta. As paredes. As moscas sem aviso coerente. Lúcido. Tranquilo. Em Paz que desejo tanto. Incomodam muito. E, eu suporto. A mim. A todos. É como uma caixa “pesada” que transporto comigo. Sim! Para todo o lado.
Para onde quero respirar a paz. Ambiciono tanto tê-la. Ser. Abarcar um mundo que é meu. Em que depositei tudo. Tudo o que sempre sou. Ou fui.
Deambulo ao acaso. Se tivesse uma bússola, ao menos? Talvez, desse os mesmos passos magnificentes de mim. Do Universo. Do Firmamento. De Deus.
A tristeza ainda não chegou. Faz-se passar por importante. Fazer-se esperar. E, eu espero. Já a tinha percebido. Bem no fundo da sua Alma. Se a possui. Existe bem no fundo de mim.
Para quê sonhar com “coisas” irrelevantes? Distantes? Que ninguém deseja. Ou quer. Eu preocupo-me com essas “coisas” do Planeta inteiro.
Bastava.
Eu também sou gente. Também tenho ideais de vida que quero viver. Amar também. E, evoluir sem ter de escrever o que escrevo.
Todos fazem Diários. Sim! Rapazes. Raparigas.
Eu, faço-o sem ser eles e elas. Talvezzz, assim, consiga ser eu. Inteiro. Rebuscando algo para mim. Encontrar-me no desencontro da vida. Que é minha.
Ser alguma coisa útil. Participativa. Cheia. Plena.
Já dei provas suficientes do que sou. Sou a seriedade. Sempre fui. Se calhar ingénua. Pouco vivida, mas séria, sabem?
E, tenho as ideias no coração majestoso que me faz. Sim! De encontra ao meu peito. No coração.
É tudo.
António Pena Gil Janeiro 2016