Gosto De Viver Como Vivo!

Lá fora chove imenso. A sua água bate impetuosamente na vidraça do lugar onde estou.

Aconchego-me à lareira onde as “achas” crepitam fazendo tudo por me aquecer.

Toco o tempo. “Abraço-o” por me dar alguma dignidade. Simpatia. Amabilidade.

Olho a vida. Com fervor. Intensamente.

Recordo tempos passados.

Como adoraria colocar, de novo, a minha inseparável mochila e, sempre à “boleia” partir sem rumo certo. Sem lugar exato. Simplesmente, entregar-me ao mundo aprazível e bem-fazendo.

Sinto que é impossível. Consta do “manual” das minhas sensatas e sóbrias impossibilidades.

Penso para mim que não levaria a nada fazê-lo. Foi uma altura decorrida sem hipóteses de repeti-la ou revivê-la.

Vivo e existo com um elevado respeito pelas pessoas. Por mim, também. Nutro por todas as pessoas e por mim um desejo intenso de viver mais amplamente e notavelmente. “Existir” como construtor de algo significativo para toda a gente.

Algo bem real. Sem perder a minha razão de presença coerente e lúcida no mundo em que vivemos.

Posso dizer que o Planeta nunca me incomodou ou maltratou. Sempre me foi afável “vestindo” momentos e instantes felizes.

De imensa felicidade. Nunca fui ignorado de afeto e carinho difundindo bem-estar e tranquilidade ao meu Ser. “Moro” com delícia e harmonia em mim. Para os outros tento transmitir alegria e satisfação. Recordei tempos maravilhosos e doces de como a minha geração me foi admirável e fantástica.

Com os “pés” e a “cabeça” colocados no devido tempo vi que o mundo não me passou despercebido. Nunca me fez mal. Foi o contrário. Deu-me uma vida que vivi com intensidade e sossego no seu devido Tempo/Espaço.

Não posso fazer ou pedir mais.

Gosto de viver como vivo!

É tudo, maravilhosos e sublimes amigos.

António Pena Gil