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Campanha do Agasalho 2009

Saturday, March 24, 2018


Relembro Com Saudade Algumas Das minhas Facetas Da Vida!

Ao longo da minha existência sempre me revi só entregue às minhas “coisas”. Fui uma criança só que gostava de viver entregue aos meus pensamentos, a que dava uma importância grandiosa. Já desde então.
Vejo-me inconformado comigo próprio, sentado num quarto que não era o meu. Os meus primos e o meu irmão sorriam, brincavam e davam sentido ao mundo em que viviam. Eu, só pelo facto de existir pensava.
Após uma vida socialmente instável e ausente, via-me sem grandes objetivos e sonhos por preencher.
Mais tarde, dei ao meu Mundo pessoal alguma alegria fugaz e passageira tentando “morar” em mim em felicidade de rebeldia/inconformada, própria da minha idade desinteressada e célere de ansiedade e paz para comigo. Gostava de me “habitar” assim. Fazia asneiras a seguir de asneiras. Disparates a condizerem com a fase/etária de como era. Era necessário em todo o lado. Com sinceridade e com virtude, no dizer deles.
Após esta fase, entrei numa vida aventureira e destemida carregando uma mochila atafulhada das minhas “coisas” imprescindíveis para me sossegar com alguma segurança no que fazia, rumo ao infinito do meu Ser. Do viver. De ver e perscrutar como era o meu significado existencial. Conheci lugares e pessoas que nunca pensei conhecer. Na aventura amiga e cúmplice de tudo o que fazia ou encetava fazer.
Vi alguns concertos musicais inapagáveis e pertinentes na minha vida. Visitei museus europeus de sonho e importância humana. Calcorreei-me e conheci-me melhor.
O amor que sentia em mim, foi vivido em plenitude e gigantescamente. Desde um estar adequado ao “fardo” pensante da minha majestade e delícia até à plenitude de pessoas que gostavam de mim e de como eu era.
Hoje, apetecia-me buscar a aventura juvenil e existir no que então existi. No que não vi. No que não senti. No que me “passou” ao lado sem descortinar a sua majestosa importância e pertinência perdidas.
Partir de mochila às costas e abarcar longínquas Civilizações e paradeiros desconhecidos. Lugares de sonho. De um deslumbre e excelência que “moram “ em mim. Que não se concretizaram atrás do meu precioso sentir e estar. Na minha controversa e complexa forma de apaziguar e serenamente existir ao acaso da minha vida. Que me pertencia por completo.
Desejo ser útil ao Ser. Um Ser que é meu. Por completo e totalmente.
E, eu não o desacreditei. Apostei nele. Agora, sou como ambiciono ser. Sou deste modo pelo que os meus olhos me dão a visualizar e me transmitem com ternura e agradavelmente. Creio que vivi. Sim! Uma vida recheada de gente maravilhosa e de fascínio.
Relembrei com saudade algumas das facetas da vida!
Obrigado.
É tudo.
António Pena Gil