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Campanha do Agasalho 2009

Tuesday, September 12, 2017







Criei desabituação à realidade. Desabituei-me da realidade porque me confunde.

O sonho. O belo sonho tomou-me de assalto.

Fez um golpe de "estado" sonhado.

Perfeito por encantar. Perfeito por despojar a hegemonia que restava da realidade de mim.



A ferida da realidade que fere não existe mais. Irradiei-a, por completo, de mim.

Governem-me tudo o que quiserem que me governe, mas sinto-me estranho. Um estrangeiro de mim.



Que se passa comigo? Não sei nada de mim.

Também ligo pouco. Mas, assusta-me um pouquinho, confesso.

Não governo nada do que sinto. Não governo nada do que digo. Não governo nada do que penso.

O governo do sonho em que habito há muito, desgovernou-me, mas por completo.



Será que poderei dar asas ao meu sonho assim? Que sempre foi assim? Vou perguntar-me. Inquirir-me.

Se eu souber? Infelizmente, não sei nada, Não percebo nada disto.

Que se passa?

Sinceramente, não sei nada de nada. E, se soubesse estranhava.

Talvez, guardasse só para mim.



Fico-me por aqui, mesmo assim.

Gosto? Adoro! Só sei que optei por sonhar. Optei por vivê-lo, o sonho.

Amá-lo! O mais que puder.

Não magoa.

O resto? Não sei de nada, quanto ao resto.

Resto, de quê?

A realidade?

Encaro-a de frente e movo-lhe uma luta. Constante.

Depois? Sinceramente, não sei! Não irá por certo reagir.

O sonho acalenta-me força.

É mais forte.



António Pena Gil



Sejam felizes, sim?