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Tuesday, September 19, 2017


Parabéns, Educadores do “Mundo”. Parabéns Educandos de sonho.

Hoje, na minha humildade, vou falar-vos sobre Educação.

Quando os portões dos Estabelecimentos de Ensino se abrem, os alunos deveriam entrar em felicidade e alegria na escola e vivê-las lá. Não podia, nem desejava ver algum ou alguma aluno(a) triste ou em total desencanto.

Sempre tive esta preocupação em mim.

Nessa altura funcionavam “as mentirinhas pedagógicas” inócuas e sempre bem sucedidas.

Tentava fazer uma motivação muito curta e de imediato se formavam os grupos de trabalho para o exercício da função discente.

Enquanto se entregavam aos seus objectivos educacionais no Processo Ensino/Aprendizagem olhava-os longa e demoradamente.

Quando havia na sala de aula satisfação e contentamento pelo que faziam sorria com grandiosidade e gigantismo para dentro de mim. Eram sinais que estavam a gostar do que faziam sorrindo também ao que se pedia para efectuarem criativa e com entrega total e feliz às tarefas propostas.

Havia sempre alguém problemático e com problemas pessoais graves e desagregadores do seu ser e sentir a escola e ao que lá se “constrói” com civismo, respeito e Cidadania totais e plenas.

Como um fraco Psicólogo tentava debelar as suas dificuldades e fomentar neles a amizade e parceria ao que se estava a acontecer com ele ou ela.

Num total de cem por cento, noventa por cento contavam-me, confiando que podia ajudá-los de alguma maneira.

Ficavam como segredos sigilosos em mim. Depositavam-me e “atiravam-me” sempre confiantes e com a percepção de que eu estava a tentar ajudá-los com a sua vida.

Eram vidas desfeitas. Eram ambientes familiares “aterradores” em que viviam. Eram condutas de desagregação familiares à mercê do acaso e sem qualquer tipo de relacionamento parental para com os seus filhos e Educandos.

Também tenho filhos e, por vezes, torna-se difícil e custoso constatar algo que omitem por serem “segredos” muito seus.



Ninguém saberá. – Pensam. – Posso ser penalizado ou entenderem que o que faço é um mal “grave”? Sei lá. – Pensam para eles somente, escondendo o problema por pensarem que não os vão ajudar, mas condenar pelo que fizeram.

Funcionavam, então, as “mentirinhas pedagógicas” na aula e na caderneta para os pais lerem.

Escrevia, então: - O seu educando é fabuloso, feliz e um dos melhores alunos da turma. Parabéns.

Talvez, “isto” movesse a ternura e carinho de um pai ou de uma mãe ausentes e descrentes na sua missão de bem-estar e preocupação para com um filho ou uma filha.

Não estranhava ver o Pai no outro dia, presente na escola e, a mostrar-me incrédulo a caderneta do filho, com surpresa, espanto, lágrimas nos olhos de felicidade e encantamento.

Quando se dirigia a mim, confirmava sempre o “recado” com satisfação e ele ou ela abraçava-me sem acreditar no “escrito” que havia feito para eles.

Repetia-lhes que era verdade e nunca mais tinha problemas com o aluno. Sorria. Brincava.

Convivia educadamente com todos os outros e outras colegas em felicidade total e plena.

Na aula sorria e entregava-se ao “trabalho” com dedicação e empenho marcantes e, um sinal de que algo mudara na sua vida, em casa e na escola.

Acima de tudo fazia o papel de distribuidor de felicidade na minha escola, nada mais.

Só ficava feliz quando os via felizes.

E, é assim, que deve ser a escola, na minha modesta opinião, mas convictamente. Foi o que fiz, enquanto tinha forças de mostrar ao Mundo e à sociedade que têm responsabilidades comuns aos professores de implementar uma vida de ternura, encanto e educação nas escolas. Tal como eles o fazem de formas brilhantes e mágicas apelando às forças imensas que, ainda, possuem para o fazerem. E, elas custam a arranjar, sabem? Mas, fazem-no.

Eu ficaria feliz. Todos ficaríamos felizes.

Mesmo recorrendo às “mentirinhas pedagógicas” que adorava fazer, com um sorriso franco e sincero. A pensar neles e nelas.

Parabéns, Educadores do “Mundo”.

Parabéns Educandos de sonho.



Sejam todos felizes, sim?


António Pena Gil