Monday, September 25, 2017
Sou um “Fantasma” da Noite!
Cada vez me convence mais que sou um “fantasma” da noite.
Quando o Sol descansa eu percorro a noite.,
Está presente uma geração que era a minha. Percorro-me. Ando.
Preenche-me. Foi ela que me apelidou de “fantasma” da Noite. Éramos todos.
Vagabundeio noite dentro. Com orientação precisa. Exacta.
Evito o meu estado. Ela, a noite, persegue-me e faz-me mover. Conquistar o que
o dia negou.
É, por isso, que vivo o que vivo. É, por isso, que sinto o que
sinto. Resguardo o ser. Caminho noite adentro como um “Fantasma”.
Ninguém sabe, mas prognosticam o que vai em mim no escuro. Os
olhos são holofotes do sentir e de habituação. São como lanternas adaptadas.
Vêm mais que de dia. Sentem. São. Binóculos apontados à noite. Ao seu
Firmamento encantador e carinhoso. Vêm tudo. Tudo, mesmo.
O “Fantasma” da Noite vê tudo. O firmamento. A Lua doce. O
Céu interestelar de mim. São “lupas” apontadas e orientadas para o Alto.
Mesmo ao entardecer, sou um “fantasma” do Entardecer.
No escuro procuro a beleza. A pureza de tudo. A delícia de
existir. Como ouso fazer “isto”?
A resposta é geracional. É de carácter pessoal. De atitude
que se condigna com o viver.
Enquanto viver serei sempre um “Fantasma “ da Noite.
Observo o seu negrume
com respeito. Adoração. Paixão.
Há um silêncio que me abarca. Há uma postura correcta e
fantástica. Posso ver o lindo Planeta que é o nosso. Em Paz. Em quietude. Em
que me maravilha.
A noite resgata a ideia que têm de mim. Assim, adoro
entregar-me. Adoro partilhar. Adoro assumir esta conduta maravilhosa de pacatez
e de ternura. Que vos percorre. Que sentem o que sentem. Que são o que São. Sem
interferências de qualquer índole. Sem adversidades ou contratempos de ninguém.
Há o dia. Há a noite.
Prefiro ser um “fantasma” da noite.
É a explicação sóbria. É a designação sensata.
Bem-Haja!
António Pena Gil
Sejam felizes, sim?