Com fervor e com intensidade. Indo ao pormenor, de a ver, de a relembrar, de nunca a esquecer.
Wednesday, April 18, 2018
Até uma simples mosca percorre o ar que
respiro, que amo, que sou. Está viva, pressuponho. Será, por certo, um inseto “Kafkaniano”
desprezível.
Uma calmaria de sonho, de pureza e de
encanto.
Percorro vidas. Vidas sérias. Sinceras.
Exemplares.
Foram e não foram, mas que se me
atravessaram no meu caminho e que agora as relembro com um carinho grandioso e
merecido.
Sou até capaz de saber os seus nomes todos
que permanecem alojados em mim.
Por os respeitar imenso, sonho
constantemente com eles e com elas. Sonho com essas inúmeras vidas que me
ensinaram a magia de sonhar, de Ser, de viver, de Sentir. Principalmente de
sentir! Agradam-me. São importantes para a vida que construí. Com o meu afeto
todo. Com o meu carinho. Com a minha dedicação que lhes reconheço e adoro
sentir por existirem.
Todos eles e elas respiram. Todos eles e
elas abarcam o meu Ser. Pensam. Sentem. Amam!
Todos eles e todas elas!
O tempo não desconjuntou ou partiu a minha
memória deles (as). Todos eles permanecem vivos lá.
Há muito que os deixei para trás.
Recordo-os agora. Deverão estar bem
entregues. Alguém lhes segurou o sentimento. A alegria de pensar. A doce
ternura como concebiam os momentos, os instantes, o tempo.
Olho de novo à minha volta. Com atenção
aos pormenores: o silêncio duma janela entreaberta, as estantes carregadas do
Saber, um fio lindo de luz, uma mesa terna sem nada, as cordas magníficas da
doce melodia que sai da telefonia.
Inspiro e expiro.
Por que razão penso tanto?
Por que razão sinto imenso?
Por que motivo ajo sempre com o sentimento
nas mãos?
Entregaram-me AMIGOS (AS). Sim! Pedi-os,
não os adquiri. Esses amigos de sonho inacabado.
A vida de que me relembro por completo
desde tenra infância, amo-a. Preenche-me e respeito-a.
Com fervor e com intensidade. Indo ao pormenor, de a ver, de a relembrar, de nunca a esquecer.
Com fervor e com intensidade. Indo ao pormenor, de a ver, de a relembrar, de nunca a esquecer.
Calcorreio o caminho desses tempos e
sonho! Apetece-me abraçar a magia deste meu sonho real, mendigar para que
regresse porque é lindo. Comporta um discernimento muito belo e terno. E, quantas
recordações permanecem em mim, me fizeram adorar a vida com garra e gratidão!
Oh, meu Deus!
Não sei.
António Pena Gil
Obrigado.
Não sei se ficou escrita a página em
branco do livro que ficou por escrever!