Monday, April 16, 2018
Sinto
que algo não está bem!
Passo
o olhar à minha volta. Não! O Mundo está diferente, parecendo abater-se sobre o
meu confuso, o meu ilógico, estado de Alma. Sobre o meu refúgio oculto.
Sempre
fui muito complexo na forma de viver e na forma de viver nos outros.
Meu
Deus, o que se passará? Penso que a sobriedade e o bom senso nunca me
abandonaram. Sempre compartilharam comigo os meus momentos de ansiedade e os
meus momentos menos conseguidos.
No
meu espaço, neste espaço, onde escolhi para escrever, coabitam comigo instantes
intransmissíveis, por não arranjar maneira de os descrever.
Não
compreendo os momentos que passam, quando os olho, quando os sinto, quando os
vivo.
Surpreendido,
não consigo dar a volta ao Mundo que vai em mim. Nem moscas há que possam
marcar a sua importância incomodativa. As paredes que me rodeiam estão mudas de
pasmo e quietude. Amuadas por existirem paradas aqui.
Numa
prateleira de pinho tratado, existente na minha frente vejo duas folhas
adoráveis penduradas. Escritas “a computador” dizem em cada uma:
Mãe,
adoro-te! Na outra: Adoro-te, Pai. Estas folhas ternas comportam, cada uma no
meio, um coração grandioso.
Sorrio
ao olhar para elas. Não estão assinadas, mas sei de quem são!
Perfeitamente.
E, quem escreveu este gesto carinhoso, não precisa de assinar.
Fico
a pasmar. Matuto em coisas sem nexo. Irreais.
Porque
razão?
Sabem,
por vezes, a realidade confunde-me. Apesar de ter uma certa coragem em mim,
tenho receio, um medo imenso de viver, de me entregar, de compartilhar e de
sonhar….
É
tudo. E ficou imenso por dizer.
Sinto
que algo não está bem!
António
Pena Gil
Obrigado.