Friday, May 18, 2018
Vi os meus dois filhos
com amor!
Quando sai de casa em
busca de uma sociabilidade que se me escapa senti um nada, mas, um nada em mim.
Visualizei uma vida
complexa e atrapalhada sem interesse para mim.
Abarquei pessoas sem
rumo ou um “caminho” seguras.
Aparentei-me a uma
existência que não era pertença do que sou. Vi-me incomodado e sem objetivos
válidos os credíveis que sempre senti em casa ao pé dos “meus”.
Tão isenta de lógica. Percecionei
a vida e senti-me perdido. Ao acaso. Sem nexo. Não me dizia nada de nada.
Quando cheguei a casa
senti um alívio marcante, por ser delicioso e sóbrio. Estavam os meus dois
filhos. Plenos de sensatez e sobriedade.
Sosseguei-me. Sosseguei
a existência. Sosseguei o pensamento. Depois, senti uma felicidade imensa por
estar na companhia deles. Afinal, aqui, poderia manter bem vivas a chama de “morar”
no meu sentimento direcionado à autenticidade deles. Que me pareciam
entendedores e conheceres de quando eu sou eu.
Um dia, um Anjinho
disse-me: - Observava-os. Fiz o que ele disse, observei-os. Sim! Com toda a minha
atenção.
Não posso esquecer o
que vi porque é muito belo. Tão puro. Indescritível.
Sorri ao despertar para
eles e eles sorriram serena e majestosamente para mim. Eles e eu percebemos a
beleza e harmonia daquela atitude. Daquele riquíssimo gesto.
Não! Não são pertença
minha. São pertença do que são. São pertença do que querem ser. São pertença do
Mundo.
Sem eles quantos “desertos”
existiriam em mim? Apaixonei-me há muito pelo seu encanto e pela sua ternura
imensos.
Tenho sorte. Tenho-os
em mim.
Vi os meus dois filhos com amor!
É tudo valiosos amigos
de sonho.
António Pena Gil
Gosto muito de vós.