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Campanha do Agasalho 2009

Monday, July 03, 2017


        Soçobro

Querido Diário, não gosto das atitudes do vil e mau Sr. Gonçalves.

Já nada me diz a menina dos adoçantes. Que seja feliz.

Quando se entra numa certa idade deveria ser-se simpático, afável e um ser humano bom e perfeito de amabilidade.

O Sr. Gonçalves é o oposto disto. Maltrata. Fere. Magoa no que profere com gozo e maldade presentes em si.

Blasfema e insulta-me constante e diversas vezes. Tem o poder de ser o centro de atenções que solicita para ele.

Sabes, adorável Diário, uma vez passou por mim e disse: Se você morresse não se perdia nada. Fiquei emerso de tristeza e desencanto pelo imenso que fiz por ele.

Fiz um esforço em não ripostar ou responder ao insulto feio e desumano dele.

É o dono da casa. Assumi-o, normalmente, numa casa que é minha.

Às vezes, costumo ir à sala onde se encontra e ele ri e goza sarcástica e ferozmente para mim.

Diz muitas grosserias. Diz muitos disparates que só ele consegue, numa falta de educação, respeito e civismo que desconhece ou irradia de si.  Interessa é ferir-me. Humilhar-me. Levar a minha conduta ao caos e desespero humanos

A minha doce e maravilhosa cara-metade diz-me para ignorar, não ligar. Sempre foi assim, diz-me.

Ultimamente, temos encetado uma luta feroz com os “estores” da sala de Jantar. Abre todos e à noite não os fecha. Espera que eu tenho obrigação e o dever de fazê-lo. Como para ele não presto nada de nada, ao menos que deixe os “estores” como ele deseja. Como sabe que eu os fecho, contrariado, mas presente, nem liga e vai ressonar para o seu quarto com uma cara carrancuda, horrível malparada de raiva iníqua, incompreensível e sem explicações para a sua conduta vil e desumana para comigo.

Esqueceu-se que vive na minha casa. Que é minha.

Raramente abro a boca às suas atitudes terríveis. Só quero que a minha cara-metade seja feliz comigo. Só isto. E, isto, é grandioso como prova de amor de há muito. Ela não sabe disto. Consegui passar sem ela dar conta ou aperceber-se. Ficaria prostrada e de mal com o mundo. E, isso, eu não lhe desejo. De forma alguma.

É, e foi, tudo de agradável e extraordinário para comigo.

É preciosa e pertinente o seu imenso valor e importância que dá à vida.  À sua vida. E, também, à nossa vida comum.

Pronto. Sim, Diário majestoso e digno. É tudo.

Sempre a gostar de ti.

Sempre a gostar do Bom Deus.

Sejam felizes, sim, amigos admiráveis e fantásticos?

 

António Pena Gil