Friday, July 20, 2018
Sim! “Habito” Em Mim Uma “Náusea”
Profunda!
Sim! Habito uma “náusea” dos existencialistas franceses e que
foi “disseminada” por todo o mundo. É claro que tenho que falar de Jean Paul
Sartre em que me inspiro. A “Náusea” abalou o mundo. Abalou o seu ser pessoal,
social e humano. O estar pessoal, social e humano das pessoas.
Fundamentalmente, “vive-se” numa zona neutra e comum que não
é um objetivo ou o subjetivo. Não é o objetivo porque se subordina a uma Lei,
nem é o subjetivo, pois, nós podemos encontrarmo-nos nós neles e eles em nós. É
essencialmente a subjetividade do objetivo e a objetividade do subjetivo.
Foi o livro que mais me marcou e, ao mesmo tempo, mais mal me
fez.
Quando vivi a minha adolescência e devorava tudo o que era o
existencialismo, comecei a “meter-me” na “pele” das pessoas e, a certa altura
não sabia como “sair” de lá?
As moscas ganhavam dimensão. Atrozes e existentes que eram.
Os móveis ganhavam vida. As “coisas” tornavam-se incomodativas. Tudo era feito com uma perspetiva de estaremos vivos e presentes
em nós. No nosso Ser. Foram tempos inapagáveis dos meus sensíveis estar e
sentir.
Nada havia a fazer. Lia e relia. Existia num comportamento instável e difícil.
Não havia forças para pular e saltar dali. Fugir daquele “recanto”
onde estão presentes inúmeras vidas. Inúmeros seres humanos. Inúmeras posturas
reais que desejam existirem. Abarcar a construção dos seus sensíveis sonhos e dos
seus marcantes pensamentos e sentimentos.
Existe outra obra dele que explicita como as pessoas são. Como
estão na vida. Como “conduzem os seus atos. Como se apresentam perante a
realidade pensada e sentida. Tendo o pensamento sempre “ativado”. Se “Acabamos”
com ele, encontramos o Nada. Caímos, inevitavelmente no nada. "LÊtre et le Neant. Ou a obra de Albert Camus "LÉntranger. Um Estrangeiro de si e das pessoas ou seres humanos conhecidos.
Foram livros “abraçados” agora com muito carinho e dedicação
minha. Nunca os irei esquecer. São instantes de vida marcante. Do que fui. Do
que vivi. Do que a existência me “presenciou”.
Ficará sempre um registo inapagável do que existi com a
sensibilidade no meu coração, dissecando condutas impróprias, mas
deliciosamente entendidas. Com aquela força e fúria de um sentir desejado.
Estes instantes já “vivem” e “existem” em todo o meu ser.
Relembro-os agora, apenas e somente.
Sim! “Habito”
Em Mim Uma “Náusea” Profunda!
É tudo, brilhantes
amigos.
António Pena
Gil
Obrigado.