Tuesday, July 03, 2018
Olho Para Trás O Meu “Existir” E Que
Vejo?
Um dia destes ia de carro sozinho e coloquei o rádio no
máximo. Ponho sempre a música no máximo. Faz-me sentir bem. Sinto a vida em
plenitude e aprazível sentimento. Faz o meu existir. E, não, adormeço. Faz-me
sonhar.
O locutor dizia: É lamentável e indevido viver uma vida toda
e não observar o que fomos? O que fizemos? O que “construímos”? Valeu a pena
existir? Passou algum tempo em que nos sentimos de formas agradável e de
deleite no que fomos? Ou um nada encetado de útil ou de agradável que queríamos
em nós e na nossa existência?
Quando chegamos aos cinquenta ou sessenta anos podemos
constatar que não andamos a fazer nada. O que de desejável deixamos para trás
comporta um vazio flagrante. Um vácuo de negatividade e veracidade pelo que
ambicionamos imenso ter feito e que não fizemos.
Se pudéssemos retroceder na vida faríamos tudo o que não
aconteceu nas nossas vidas. Tudo o que exigiria e gostaríamos de fazer que
suscitaria um “grito” de revolta pelo mal-estar e ausência do que ficou feito
sem o sentido de outras “coisas” que deveríamos ter feito com alegria e
felicidade.
Ainda ouvi, o locutor daquela rádio, expressar: Mal ou bem e,
olhando para trás, deveríamos gritar e parar, tal o desencanto e adversidade do
que fomos sem o ambicionarmos. Seria extraordinário rever situações em que não efetuamos
nada de aprazível e delicioso bem-estar que gostaríamos de efetuar com
motivações fortes e decididas. Ter parado para pensar e sentir o que andamos a
fazer numa existência plena?
Antes vale parar em jovens e dizer: Não gosto “disto”. Vou
mudar. Para quando chegarmos aos cinquenta ou sessenta anos olharmo-nos com
satisfação e com o dever feito, olhando para trás.
Sim! Eu sei que é difícil. Impossível, mas autêntico, sincero
e em paz interior conosco.
Porque não encetamos fazer o que ambicionarmos efetuar? Com
alegria. Com sensatez. Com sonhos lindos e puros. Com a ambição aceite e
desejável de nós. Nunca chegar aos tempos atuais e proferir: Devia ter parado.
Deveria ter pensado. Deveria ter sentido o que queria fazer e não fiz.
Olho Para
Trás O Meu “Existir” E Que Vejo?
António Pena
Gil
Obrigado.