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Monday, February 01, 2016


Diário de um Cidadão:
( 1 de Fevereiro 2016. 08 horas).
Adorável Diário:
Estou cansado de ir à Pastelaria.
Sem a menina dos “adoçantes” que fugiu mesmo. Envergonhada.
Em sua opinião era preferível o açúcar. Fazia menos mal às pessoas. Sentiu-se indisposta e partiu com eles junto ao peito.
Não sei para onde foi? Também era-me indiferente.
Nunca mais iria lá.
Dei voltas. Voltas ao meu Ser.
Visitei a Polónia há pouco tempo. Um povo sofredor. Tantas vezes atormentado. Tantas vezes recomposto pelos braços suados, mas fortes e determinados.
Ergueram uma Nação até à Paz dos seus encantadores cidadãos. Em cada esquina deste país acolhedor e simpático país viam-se armas ou tanques de guerra. Algo necessário ao seu viver preocupado. De torturas e tristezas jamais vistas.
Visitei a casa do Papa João II, polaco e merecedor do encanto de Deus.
A família abriu as portas e surgiu o encanto. Até o berço, a “alcofa” da sua “meninice” vi. Surgiram-me na mente imensas “fotos” oculares de tempos atrás. A sua memória. A sua vida.
Auschwitz. Lugar de desencanto. Foi alvo também da minha visita.
Impecável. Limpo. Asseado, agora.
As cabanas da morte de milhões de seres. Cheiravam a “carne” humana queimada ainda. Passado que foi tanto tempo. Cheirava mesmo. Para nossa salvaguarda colocamos um cachecol envolvendo a boca e o nariz. E, continuamos.
As famílias dos mortos ali ainda eram visitada por familiares indignados e revoltados. Pondo flores às portas das câmaras de gaz. O cúmulo do ultraje. Da humilhação. Da loucura. Das torturas. Em Seres Humanos indefesos. Em crianças também.
Atos condenáveis. De “Doentes” mentais.
Cometi um erro grave. Caminhei um pouco, ingenuamente sobre os carris dos comboios que levavam pessoas nos vagões amontoados de Seres para morrerem.
Chamaram-me de imediato a atenção. Fui ter com a minha cara-metade. Rápida e velozmente. Disse-me que aquilo era um “sentir” só para os que morreram. Nós andaríamos ao lado. Em sinal de respeito por eles. Ainda cheirava, por todo o lado a “carne queimada”, depois de tanto tempo passado.
Aquele cheiro incomodava. Levavam-nos à carnificina humana e brutal. Desumana.
Incomodados, até tivemos de sair.
Ainda compramos vídeos e cadernos à saída daquele local “horripilante” e “macabro”. Explicavam o que fora aquela imensa brutalidade daqueles que matavam sem contemplações e sem coração. Homens. Mulheres. Crianças. Foram ali torturadas. Tiraram-lhes a pureza perante atos indesculpáveis. Sem desculpa nenhuma.
Tanta humilhação, meu Deus.
Pensei metê-los lá. Os responsáveis.
Ainda hoje existem incógnitos em países e locais discretos.
Existem. De mal com as suas atitudes. Fazem-nos com distúrbios mentais graves. Muito graves.
Tem que se fazer justiça. Têm que ser descobertos e julgados em Tribunais de guerra. Condenados. Pelos tenebrosos gestos sem sentimentos. Pelas atrocidades manifestas e visíveis.
Jamais os perdoaria. Nunca.
OBRIGADO, adorável diário. Desabafei contigo e tudo ouviste.
Bem-Hajas!
Sejam felizes.
António Pena Gil