Sunday, October 12, 2014
Diário de um Professor de hoje: (14.05.2014):
Notei que à entrada
na minha sala onde iria decorrer a aula um burburinho simpático e
amável com a
minha chegada. Agradeci àqueles Seres Humanos extraordinários que eram todos os
alunos, mas todos.
Como vou tomando
conhecimento a quem me lê, ambiciono que estejam felizes e em harmonia com o
mundo.
Foi Ele que me
segredou com os anos de serviço que possuo exercendo o meu mister às ordens e
conselhos que Ele me segreda quanto ao certo e ao errado que faço com o coração
nas mãos quando me dirijo a eles e a elas.
Como é frequente o
barulho e a música inspiradora eram e marcavam as suas presenças, onde com a
idade aprendi que nada havia a fazer com esta situação, senão difundir
harmonia, sensatez, respeito e bem-estar.
Sem eles detetarem
observei-os melhor. Com maior atenção.
Mesmo sentada à
minha frente estava uma “cara-linda” (Não sei o nome de todos, pelo que para
mim são todos(as) “caras-lindas”) triste, muito triste que me sobressaltou de
pânico e preocupação.
Aproximei-me dela,
cautelosamente.
Disse-lhe, de forma
confidente, já perto dela, o que se passava? Se tudo estava bem com ela? Teve
forças suficientes e retorquiu-me com os olhos ensopados de água que sim, que
tudo estava bem.
Não fiquei
sossegado e perguntei-lhe, de novo: Podes contar-me que não digo nada.
Fiquei a pensar na
sua “mentirinha”.
A aula decorria como
era possível. Habitual. Com interesse e empenho deles e delas felizes. Como eu
gosto.
Pensei, para mim:
Passa-se algo, tenho a certeza.
A colega do lado dela
chamou-me com uma delicadeza, que faz parte do seu ser extraordinário e
confidenciou-me: Olhe, Sr. Professor, ela tem os pais divorciados. Separaram-se
e o pai e a mãe seguiram caminhos diferentes com famílias feitas diferentes,
daí a tristeza, onde outrora “morava” a felicidade e encanto de existirem
juntos e de viverem felizes lado a lado. A família havia-se “desmoronado”
totalmente.
Quando a chamei de
pronto para esclarecer a situação que apurava agora, caiu-me no colo num pranto
de choro que eu entendia, como Deus também. Deixei-a chorar à vontade,
desabafou comigo e disse-me por que motivo me interessava tanto por eles?
Abracei-a e
disse-lhe que hoje conquistara uma amiga linda e que a ajudaria sempre que ela
me solicitasse.
Hoje, num intervalo
escolar, sem ter aula comigo, veio assistir a outra aula tendo antes me dado um
beijo e o seu MUITO OBRIGADO!
Creio que fiz o que
devia fazer. Deus atribuiu-me cargos e funções que tento resolver e esclarecer
fazendo todos felizes.
Desta vez, foi uma
realidade. Agradeci-Lhe e disse-Lhe que me tinha ajudado bastante.
Hoje, via feliz.
Brincando. Saltando. Jogando.
Foi então que sorri
ao Alto e direcionei-Lhe um agradecimento.
Um agradecimento sério. Um agradecimento por confiar tanto
Nele.
Bem – Hajas, Amigo Precioso Deus! Só Tu conseguiste
transformar as coisas cá baixo com a Tua Enormidade invisível.
António Pena Gil (Pena)