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Campanha do Agasalho 2009

Sunday, November 29, 2009

Como Ainda De Tenra Infância Soube Lidar Com A Vida E A Morte!

Sempre sorri ao Mundo quando ainda de tenra idade!
Sempre o afaguei num abraço. Num gesto simples! Num sentimento profundo!
Chorei. Sorri. Amei. Desanimei-me. Alegrei-me.

Tudo isto, pela complexidade da incompreensão. Pela pureza que ia em mim.


Pelos sonhos belos soçobrados e inacabados.

Compreendi que nunca o iria compreender. O Mundo!

A minha irmã, companheira inseparável de uma vida, era de uma ternura e pureza deslumbrantes.

Chamava-se Paula, mas todos lhe chamávamos de a Nossa Menina. Para mim, a Minha Menina. A sua idade distanciava muito da minha. Quando fez a sua aparição ao Mundo, parece-me que ainda a vejo no berço, aquela encomendinha intocável, frágil.


Possuía uns olhos muito belos e cintilantes, faiscando de curiosidade.

O seu nascimento mudara completamente a minha existência.
Relembro a sua infância. A minha infância. Incontornáveis no tempo.
Lado a lado.



Recordo um boneco que era dela. Só dela! Que amava.


Eu olhava-os aos dois. Sim! Eu observava-os! Extasiado com a minha seriedade infantil. Com uma inocência desmedida. Atenta! Que parecia compreender. Entender!

E, a minha vida e a vida dela mereciam que eu entendesse. Que compreendesse!

Existia em nós uma cumplicidade que ninguém entenderia. Só quem a vivesse, como nós a vivíamos.

Recordo o boneco. Ela pusera-lhe o nome de Joni.
Para ela o Joni tornara-se um filho. Entrara na sua vida.
Um anjo que nascera para viver sempre com ela.
Embalava-o quando tinha sono. Alimentava-o quando tinha fome. Importava-se com ele quando necessitava do seu carinho. Do seu amor. Da sua protecção.



O Joni não tinha olhos. Não tinha braços. Não tinha pernas. Não tinha cabelo. Nem pés. Nem mãos.


Só uma cabeça metida num tronco, não descortinava como!

Não estranhei nada. Se ela o amava era porque devia ser bom. De certeza! Eu tinha a certeza que ele era bom! A minha irmã tornara-se para ele uma mãe. Eu achava aquela mãe, uma mãe dedicada. Uma mãe maravilhosa. Insubstituível! Única, pelo fervor das atenções para com ele.



Se ela gostava dele. Eu gostaria dele!


Aconteceu um dia.

Falaram-lhe de uma pequena cirurgia num hospital famoso de bonecas, na distante capital. O joni iria ser operado! Ele que não estava doente!
A minha doce irmã não disse que sim, nem que não. Não fez objecções a nada. Se era para o bem dele havia que fazer tudo.



O Joni foi operado.


A intervenção cirúrgica correu mal, ele não resistiu e acabou por sucumbir.

A minha irmã não chorou uma lágrima, mas sentiu um aperto interior que era só dela, do seu íntimo mais profundo.
Tudo tem o seu fim! Aquele marcou um capítulo importante na sua vida infantil.



Na minha vida infantil!




A partir daí, a minha irmã recusou todos os bonecos. Lindos! Esplendorosos! Bonitos! Normais! O seu que era tudo isto para ela e muito mais.




Afinal, algo perdurou em mim: a magia do seu encanto, o encanto da minha irmã e dos seus belos pensamentos e sentimentos em relação a tudo isto.


Em relação à vida e à morte.

A minha amizade por ela na sofrida luta pela vida, com Joni ou sem Joni.



Esta sensação de perda com um valor e uma importância afectiva desmedida, perdurou muito tempo na sua memória. Na minha memória transparente, pura e sem iniquidade, como deve ser a memória infantil!



Pena.


2009. 18 horas.Dia 28 de Novembro.


MUITO OBRIGADO PELO VOSSO ENCANTO.
ESTOU-LHES ETERNAMENTE GRATO, AMIGOS(AS) PELO CONSTANTE CARINHO.
BEM-HAJAM!

ESTÃO A DESAPARECEM COMENTÁRIOS PRECIOSOS E SALUTARES EM QUASE TODOS OS POSTS NESTE CONVÍVIO ENTRE AS PESSOAS.
JÁ ALERTEI AS AUTORIDADES COMPETENTES NO GOOGLE. SE FOR NECESSÁRIO ALERTAR A POLÍCIA, FÁ-LO-EI.
É TÃO TRISTE HAVER PESSOAS ASSIM...
IRÃO SER CHAMADAS A RESPONDER POR ACTOS INDEVIDOS.
EM TRIBUNAL OU DESMASCARADOS PERANTE A SUA MALVADEZ.
ESTOU MUITO TRISTE, ACREDITEM...?
ISSO NÃO SE FAZ A NINGUÉM...!
NÃO TERÃO MAIS NADA A FAZER, SENÃO DESTRUIR O QUE OS OUTROS FAZEM, EMPENHADA E CARINHOSAMENTE...???????
POBRES DE ESPÍRITO. POBRES EM TUDO.
TUDO MESMO! ATÉ EM "ESPÍRITO"...
UM CONSELHO A ESSES ENERGÚMENOS: É MELHOR POREM-NOS LÁ...SENÃO...VOU-ME EMBORA.
CONVERSAREI SÓ COMIGO, SÓ COM O MEU EU, ENTENDEM...?
SERES COBARDES E QUE NÃO PODEM DISCERNIR EM PENSAMENTO O QUE VAI NELES: ATÉ A MISERÁVEL ATITUDE.
A VER VAMOS...QUANTA MALDADE, MEU DEUS...


Pena

Saturday, November 21, 2009

Diário de um Professor: Habito. Moro. Sonho. Num Mundo Mais Justo e Melhor. Com toda a minha sinceridade, acreditem…!



Sinto uma inércia avassaladora pela necessidade de escrever, mesmo não sendo escutado.
Levantei-me cedo. Muito cedo. Pus-me a accionar o meu sentir que me pertence. Pertence-me por inteiro. Digam o que disserem. Foi “construído” a muito custo. Sofrido e dificilmente.


A urgência em escrever assola-me. Dissertar o que o meu pensamento descortina. Com uma certa sensatez, creio eu. Embora, repleta de incertezas. Parece-me esta razoabilidade imensamente sólida. Abrangente. Precisa. Visível no que sou.


Na minha escola que não é minha porque não a comprei, assumi um papel de Tutor. Conselheiro. Amigo. Sincero e sempre presente.


O Manuel era uma preciosidade inigualável. Revelava-se à vontade comigo.


Existia só no Planeta. Não tinha horas para comer. Não tinha tempo para “pensar-se” e "sentir-se" nele próprio. "Sentir" e "Pensar" nos outros.

“Chegou-me” por artes que nem eu sei. Mas, gostei.
A sua ânsia em entender os estudos era visível. Manifesta. A que urge estar atento.
Um “cordelinho” vestido numa pessoalidade inconveniente aos rostos de todos.


Reparei que trazia a mochila pesadíssima. Tomei-lhe o peso. Aos meus olhos de Educador aquilo pesava toneladas e era-me destinado.
Olhou-me com confiança. Discreta por ser respeitadora. Ele, Manuel, fazia parte do Mundo complexo. Que” assimilava” só para mim com os seus sonhos preciosos que sonhava. Como todas as crianças sonham. Apesar de serem sublimes de pureza e beleza, ele nunca os olhava com o coração. Não tinha tempo, nem magia, para os sentir. Tinha o seu próprio coração.
Tinha a sua Alma ENORME que se misturava com o Firmamento perfeito.

Diziam todos: Porta-se mal nas aulas. Tem atitudes inconvenientes. Disparatadas!”

Para mim, o Manuel triunfará SEMPRE!
Aliás, já triunfou pela vida. Pela sua própria vida. Incontestavelmente!

Notei-lhe um olhar ansioso. Uma presença inquietante de falta de amor e entendimento.
Olhei, de novo. Ele mostrou-me tudo o que era, quando lhe fiz a leitura do olhar. Doce. Inconformado. Injustiçado. Rebelde. Controverso.


Todo o conhecimento escolar, “passava” por aquela “cheíssima” mochila. Ele que ambicionava perguntar. Um ombro amigo que queria desfrutar. Sonhos preciosos na vida injusta para com ele.

- “Professor, vamos estudar Inglês? Vamos estudar Português? E, Ciências e História e Matemática?" – Dirigindo-se-me, com amabilidade, doçura e ternura.


Queria a “Sabedoria” de imediato. Com sofreguidão. Com ansiedade.
Vimos “aquilo” tudo, numa hora.
Era o tempo que estas actividades comportam. Depois, eu teria aulas “ditas” curriculares.


Quando me abandonei em mim, no final desta Actividade que assumi, senti algo inexplicável que constatara preocupado: Um imenso cansaço nos pensamentos e sentimentos dele.
Lembrei-me de lhe perguntar, perante a sua exaustão:


- Manuel, Já comeu? – Atirei-lhe, preocupado e apreensivo.
- Não como nada desde as 8 da manhã. – Retorquiu, aflito por eu constatar.
- Não foi almoçar…? – Disse, com a compreensão plena do meu Ser e Sentir.
- Não tive tempo. Já não aguento as “filas” intermináveis de alunos agressivos e que passam à nossa frente por serem maiores do que nós e para chegarem primeiro à cantina. E, eu, tinha esta Tutoria com o Sr. Professor a que nunca faltaria". – Concluiu, peremptório e imerso, na sua tristeza. Inconfundível. Aflito com a reacção que eu pudesse vir a assumir.


Olhei-o, de novo. Olhou-me ternamente, aquele Gigantesco Ser Humano de bem. Como a pedir, humildemente, desculpa. Ele que não tinha culpa nenhuma. NENHUMA, mesmo.


- Desculpa de quê?
– Pensei, abandonado ao meu eu.
Saltei da cadeia onde estava sentado, num salto que me pareceu estranhamente acrobático, decidido e, só lhe disse, com convicção:
- Acabou a aula de Tutoria. Vamos comer".
Senti-lhe uma satisfação inexplicável de beleza. Agradecimento.
Desta vez, “abriu-se” a Cantina pela terna magia de três diligentes funcionárias e o Manuel devorou o prato satisfeito e eu fiquei com a sua alegria. Fiquei com a sua felicidade. Fiquei com a sua presença, mesmo, somente, pensada.


Quantos mais viverão assim, inquiro-me, somente…? Somente…?


Por certo, teríamos que substituir este Mundo por um Mundo mais perfeito.
Já pensei tanto nisto, acreditem…?



Nesta “Mudança Radical” do nosso Mundo para um PERFEITO, sem dor, sem sofrimento, sem abandonos…
Só.
Pensei…

Deus, poderia fazer-nos esse “Jeitinho”, sabem…?

A franqueza. A singeleza. A ternura no olhar do Manuel, comoveram-me.

Perguntei-me, intrigado, para mim:

"Será a escola como a sinto e como a penso…?"
"Teria feito um gesto correcto, justo, defensor da sua harmonia e bem-estar?"

"Uma Tutoria também servirá para “isto”…?"

"Fico a pensar…está bem…?"

"Indeciso e Desconcertado."

Sentido a vida fluir nestes rostos tão puros e belos que tudo merecem.

Por que razão sou assim…?

Porquê…?

Será que uma “Tutoria” também passa pela Cantina dos alunos…?

Pena

Pena. Dia 20/11/2009. À noite.
OBRIGADO por todo o carinho, dedicados visitantes.
Bem-Hajam! Adoro-Vos!

Saturday, November 14, 2009

Que Saudades, querido e maravilhoso Avô…!


O Meu Querido Avô João!

Parece que o estou a ver, o meu avô. Chamava-se João Pena.

Movimentava-se pela casa como uma sombra importante, imprescindível. Era respeitado por todos, familiares e amigos.


Professor idolatrado, competente e atento à plena educação e formação dos seus alunos, nunca agia manifestando as suas mais íntimas efusões de afecto, mas elas estavam lá. Sempre presentes. Uma constante doce “invisível”.


Mostrava segurança nos seus gestos, mas era doce e terno, camuflando uma imensa simpatia e preocupação nas emoções e nos sentimentos, para com todos. Era raro vê-lo a sorrir ou em situações de grande tumulto ou hilaridade, comedido e sério que era.



Abraçara o seu mister de professor, para dedicar-se inteiramente a ele, de Alma e Coração Enormes.



Relembro-o, agora, fugazmente. Prendera-se a sua fugidia imagem a mim, com contornos de perpétua adoração e veneração.


Vejo-o sempre de cigarro na boca, expelindo densas fumaças com regozijo e satisfação. O seu cinzeiro de prata, que era só seu, repleto de beatas apagadas.


Parecia que as coleccionava ali na sua bonomia serena. Talvez, o acalmassem do reboliço da sua própria e preciosa existência pessoal.


Agora, guardo-o carinhosamente comigo por oferta da minha mãe.


Tinha dignidade, o meu avô, evidenciada nos actos que tomava, agindo, todo o tempo, de forma sensata e sóbria.


A sua dignidade era respeitada porque respeitava a dignidade dos outros.

Vivia “preso” à família e, ainda hoje, parece-me vê-lo esboçando um ténue sorriso de carinho só para mim e ouvir, pelas mais diversas vozes de outros, louvá-lo e enaltecê-lo pela sua conduta intocável e bela em todos os rostos conhecidos ou desconhecidos, na cidade que era sua e que eu habito, mesmo já tendo “partido”.


Meu avô conquistara os corações das pessoas e defendera valores relevantes ao seu bem-estar e à sua vida em felicidade que jamais seriam esquecidos.



“Vivera”a sua obra de amor, dedicação e solidariedade que jamais serão ignorados. Imortalizados que serão pelo tempo fora, sem desgaste pela inércia avassaladora das ideologias educacionais de vanguarda das novas gerações.



Meu avô João tinha sempre crianças por perto, mas não lhes sorria. Amava-as. Com a sua seriedade, com o seu carácter de figura de bem. Amava-as tão intensamente que se esquecia de si próprio ou do sorriso que guardava dentro de si, só para elas.



Era só para elas. “Isso”, era suficiente.


As pessoas perguntavam e intrigavam-se, perguntando onde estava o sorriso do meu avô?

Eu sorria, sem entender aquelas pessoas e, ele mostrava-se sério, parecendo indiferente e, esboçando um sorriso terno e agradecido, de soslaio, pela minha cumplicidade.



Guardarei sempre com respeito e amor a imagem do meu avô João, para os outros, Professor Pena.


Não esqueci as suas sestas.

Dava-me cinco tostões e as suas sestas eram as minhas sestas. Só conseguia adormecer com os netos no seu coração.


Quando me parecia que ele adormecera saia furtivamente da cama, sem fazer ruído, agarrando com muita força os cinco tostões na minha mão, pequena ainda, ao mesmo tempo, que escondia a minha recompensa e o meu pequeno tesouro, amplamente merecidos. Ele sentia-me abandoná-lo e, então, sorria e adormecia feliz, enternecido pela companhia valiosa que lhe fizera.


Ao jantar, quando se sentava à mesa, no lugar do topo, mandava acender todas as luzes, exclamando, com convicção:
- “Acendam todas as luzes, enquanto eu estiver vivo! Quando morrer, para mim, já não fazem falta! Enquanto estiver aqui quero tudo aceso”.
E a claridade das luzes propagava-se por todos os cantos da casa e ele parecia satisfeito, feliz, omitindo sempre a chama da sua Felicidade absoluta!


Quando o meu avô “partiu”, apagou-se uma presença maravilhosa e inesquecível no meu olhar e no meu coração. Não compreendi bem, mas…



Amá-lo-ei sempre, nem que seja em sonhos, o meu avô João, para os outros; Senhor Professor Pena!

A sua sombra de imponência baila-me cá dentro, no meu pensamento. No meu sentimento mais escondido do meu ser, com pena de ele não ser eterno.



De certo, Lá no Alto, Deus compreenderá que há certas pessoas que deviam ser eternas.

Sempre presentes em nós pelas “Obras” boas quaisquer que elas sejam em prol do bem-estar da Humanidade.

- “Até sempre, querido avô”!



Hoje, a muito custo, considero-me capaz de saber como lidar com a Vida e com a Morte, mas…



“Correu-me” uma lágrima, só uma, ao relembrá-lo.



Mesmo e, sobretudo por eu ainda ser muito pequeno e, a sua doce presença ter sido fugaz, mas de um imenso valor humano que vale indubitavelmente recordar…!



Deus saberá como recompensá-lo. Estou certo disso.



Que saudades, querido e maravilhoso Avô…!


Pena



Pena.14.11.2009. Escrito às 23.30 horas. Sábado.

MUITO OBRIGADO, incomparáveis Amigos (as) gigantes.
Um Bem-Hajam sincero pela VOSSA amabilidade e simpatia.

Gosto imenso de VOCÊS Admiráveis visitantes de sonho.

Saturday, November 07, 2009

Eu. O que diz ser eu. No espelho onde me vejo e revejo. Sem nunca poder encontrar-me comigo. Com ele. Somos dois eus. Somos muitos. Uma multidão.



Eu.
O que diz ser eu. No espelho onde me vejo e revejo. Sem nunca poder encontrar-me comigo. Com ele.
Somos dois eus. Somos muitos. Já é bom. Uma multidão: Dois eus, calculem lá?

O Prémio Nobel da Literatura 2006, Orhan Pamuk, em “A Cidadela Branca” a dada altura, num personagem fruto da sua muito fértil criatividade, fala assim, interroga-se: “Quem sou Eu?”.

Não pude deixar de pensar nisto. Seriamente. De me interrogar também: “E, eu quem sou?” Tantas vezes me ocorreu. Tantas vezes senti-me. Perdi-me. Desesperei-me. Só de pensar nisto.

Podia continuar debruçado sobre o livro. Passar à frente. Continuar a lê-lo imperturbavelmente. Sem dar grande importância. Mas, algo aconteceu em mim. Algo mais forte.

E, eu quem sou?

Quando olho o espelho, lá estou eu! E, sem saber nada sobre mim? Sei lá, quem sou? Só sei que aquele que vejo e, que não se parece com mais ninguém, sou eu!
Nisto, sussurrou-me uma voz doce e misteriosa, ao canto de um ouvido:
“Suporta-te. Sê sempre fiel ao que és. É um bom começo de existir num carácter que sente, com os sentidos bem apurados. Que quer ser escutado. Que deseja e ambiciona a eterna paz. Um sossego e tranquilidade emotivas. Uma sensibilidade de vidro frágil de que é feito transparecendo e distribuindo afecto”
Foi como um sopro de vida. Eu?

E, que faço comigo? Eu que sou sei que estou aqui? Que aquele que está ali tão perto “dentro do espelho escondido”, sou eu.

Eu, metido na pele de mim, imaginem! Eu que, por vezes, esqueço-me de quem sou ou o que faço aqui? Sim! Aqui, sob o mesmo céu. Sob as mesmas estrelas. Sob o mesmo Planeta.

Se não houvesse espelhos, seria capaz de me reconhecer e reconhecer os outros? Estes saberiam quem eram. Eu saberia quem sou?

Duvido. Sinceramente, duvido. Perdoem-me a franqueza, a seriedade do que digo e penso. Todos estaríamos perdidos. Ao acaso. Aos encontrões existenciais pela ignorância e falta de identificação. Preciosa e autêntica.

Estaríamos à deriva. Sem emoções. Sem assumirmos a verdadeira identidade de quem somos?

Espreito-me de novo. Cautelosamente. Com receio. Timidamente. Pelo canto do olho, porque eu tenho um olho. Dois. Lá está ele! E, eles dizem que sou eu! Ele irá aceitar ser eu?
Não terá grandes alternativas na escolha que possa efectuar. Temo-nos aos dois. Já é um bom consolo!

Não posso fazer nada. Aquele que está ali, sou eu! Tenho que o transportar sempre comigo. Sim! Toda a vida. Posso estar certo disso. Sem ter medo de errar.

É a vida!

Enquanto me olho. Enquanto olho o outro. Sou eu.
Penso.

Penso no que sinto. Interrogo-me, se serei capaz de amar? Se serei capaz de compreender? Se serei capaz de me entregar? A quê? A quem? A alguma causa? Na plenitude do meu eu distante do que sou?

Já que terá que ser assim. Também não será difícil.

Ele que sou eu. Eu que sou ele. Seremos bons. Podem acreditar!
Não! Não haverá fugas! Haverá sempre alegrias porque somos alegres: Eu. O que diz ser eu no espelho onde me vejo e revejo, sem nunca poder encontrar-me com ele.

Sim, amarei a vida, podem crer?
Ansioso. Multifacetado. Tentando encontrar o Eu de mim. Os eus do que sou.
É indício de que me encontrei.
No entanto, sei que o eu do espelho não sairá com facilidade.
É Universal em todos os eus.


Pena


Pena. Dia 8. Novembro.2009.
Oxalá, apreciem.
MUITO OBRIGADO, incomparáveis Amigos (as) gigantes.
Um Bem-Hajam sincero pela VOSSA amabilidade e simpatia.
Gosto imenso de Vós, com seriedade e verdade, acreditem?